A moldura em que se enquadra o Moinho de Estorãos é de uma beleza impressionante: por um lado, a ponte romântica que deixa muitas vezes passar os carros de bois e as vacas no seu caminho do prado. Por baixo, o rio de águas cristalinas, calmas naquele trecho de enseada onde os banhos são possíveis durante os dias de maior calor. É na vila de Estorãos, próxima de Ponte de Lima, que se encontra esta azenha, antigo moinho de cereais e serração de madeira cuja origem que se perdeu no tempo. Curioso é o facto de que este moinho pode ainda moer cereais, tal foi o cuidado com que se procedeu à sua recuperação para o turismo. Encontra-se longe do burburinho da cidade, afastado das principais vias de trânsito automóvel, facilitando o descanso necessário para quem procura algumas noites passadas a ouvir o correr da água por entre a grande roda colocada na parede da casa.
Lá dentro, tudo está preparado para o conforto do hóspede: embora esteja aberto ao turismo já há algumas décadas, o moinho foi sendo constantemente reabilitado proporcionando assim uma grande comodidade. Entramos e logo deparamos com uma grande mesa, onde se adivinham reuniões com a janela aberta e o Sol do verão a entrar, perfumado pelo curso do rio que passa mesmo ali. Também uma fonte, dentro da própria casa, deixa sair a água pela boca de um rosto de pedra, lembrando-nos que o principal elemento do local é mesmo a água. Mais para o fundo, uma área de convívio com mesa, cadeiras e televisão, dispostas de forma a proporcionar o descanso do hóspede: a cozinha equipada permite que sejam confeccionadas na própria casa as refeições, evitando assim deslocações aos restaurantes. É um local para desfrutar ao máximo.
Álvaro Curia 2003-07-15