Minas do Lousal - Grândola

Viagem para cinco sentidos

Um museu a céu aberto, vivo, com lojas de artesanato e produtos da terra, um excelente restaurante, realidade virtual no centro de ciência, actividades interactivas para as crianças e vários espaços museológicos que permitem espreitar como era o quotidiano das antigas minas.

Ao domingo, eles cantam. Os antigos mineiros levantam a voz, um a um, enchendo a sala do Restaurante Armazém Central com o calor da alma alentejana. Como se o tempo voltasse atrás na aldeia, perdida no extremo sul do concelho de Grândola.

O Lousal chegou a ser o núcleo socio-económico mais importante do município, quando as minas de pirite – desactivadas em 1988 – empregavam três mil pessoas. Hoje, é um daqueles cenários com porta aberta para o passado, onde a cada esquina espreita a memória de um modo de vida que já não volta.

O futuro, contudo, está a ser construído diariamente. Através de um bem sucedido programa de revitalização, nasceram um centro de ciência viva, uma albergaria, oficinas de artesanato, o museu mineiro, o mercado de produtos locais e o restaurante. Os colaboradores, em muitos casos, são antigos trabalhadores da mina ou seus familiares.

Antes dos dinossauros

O Lousal fica actualmente a 40 quilómetros da costa, em linha recta mas há 360 milhões de anos era um oceano de potentes vulcões, aos quais se associaram fenómenos de hidrotermalismo responsáveis pela génese dos depósitos de sulfuretos.

A exploração mineira moderna iniciou-se em 1900 e durou até 1988. Na década de 90, a proprietária Sapec e a Câmara Municipal de Grândola criaram a Fundação Frederic Velge para, com a colaboração de instituições do ensino superior e o envolvimento da população, travar o declínio da comunidade, gerar emprego, preservar a memória e estabelecer um centro de conhecimento. Com sucesso, diga-se.

Cláudio Garcia 2009-08-19

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