É uma associação que promove concertos e cinema menos comercial. É sala de visitas, mas também um pólo comercial de lojas atractivas. Entre no Mercado Negro. Um verdadeiro ponto de encontro.
Sobem-se quatro dezenas de degraus até ao segundo andar de uma casa que estava quase ao abandono numa das ruas mais movimentadas de Aveiro, a João Mendonça, mesmo junto ao Canal Central. Por ali situam-se alguns dos exemplares de Arte Nova da cidade, em frente estão estacionados os barcos moliceiros e as pastelarias em redor estão recheadas de doçaria carregada de ovos e açúcar. Ou não estivéssemos no reino dos ovos moles… Pelo meio de postais e outras propostas kitsch entre no número 17, a entrada principal. No prédio, uma enorme clarabóia ilumina o caminho. Lá em cima, as paredes captam o olhar com vários cartazes de propostas culturais. Vira-se à direita. Entramos na sala de estar com mesas, cadeiras e bancos, mobiliário vintage, que pode ser comprado, e ainda direito a janelas com vista para a ria.
À medida que a tarde avança o espaço mais cool enche-se de pessoas de todas as idades. Do jovem rasta, passando por grupos animados de amigos, até ao intelectual quarentão ou ao casal de avós que aproveita o entardecer para tomar um chá com vista para o burburinho de gente e carros que circula lá fora. Neste espaço, aberto desde o início da tarde pode-se colocar a conversa em dia, ouvir música, fazer desenhos, estudar ou até consultar o email num ambiente descontraído. De olhar fixo na cidade que se agita estão um casal de jovens do Porto que aproveitou os últimos dias das férias de Natal para dar um saltinho à cidade e conhecer “um espaço arejado e onde se está muito bem”, diz a Ana Campos. “Depois de um passeio de buga sabe bem tomar um chá reconfortante antes do regresso de comboio”, acrescenta o Pedro.
Andreia Fernandes Silva 2008-04-02