Lisboa antes do terramoto

Valha-nos São Roque!

O dia 1 de Novembro de 1755 amanheceu sereno, com sol e céu limpo. Mas pouco passava das nove e trinta da manhã quando a terra começou tremer. Eram os primeiros abalos de um dos maiores terramotos da História, que haveria de tomar o nome da cidade que por ele foi quase totalmente destruída e devastada. A Lisboa que então existia desapareceu para sempre e hoje só pode ser conhecida através de maquetas e reconstituições. Em seu lugar nasceu rapidamente uma outra cidade, a mando do Marquês que, conta a lenda, à pergunta “para que servem ruas tão largas?” terá respondido “um dia hão-de achá-las estreitas….”. Conheça a cidade anterior a 1755 e revisite os poucos edifícios e locais que (milagrosamente) escaparam à catástrofe.

Museu da Cidade

Para perceber como era Lisboa antes do Terramoto, o Museu da Cidade é local de visita obrigatória. Desde Novembro do ano passado, está disponível uma reconstituição 3D da cidade em 1755, com os edifícios mais emblemáticos, feita com base numa das peças mais significativas do museu: a maqueta da autoria de Ticiano Violante, executada entre 1955 e 1959.

Projecto desenvolvido ao longo de 5 anos, apresenta a reconstituição 3D de 23 pontos notáveis (Paço da Ribeira, Alfândega, Terreiro do Trigo, Palácio Corte Real, Rossio, Palácio dos Estáus, Convento de S. Domingos, Hospital Real de Todos os Santos, Convento de Santo Antão o Novo, Convento de S. Francisco da Cidade, Convento do Carmo, Igreja de S. Roque, Convento de S. Bento da Saúde, Casa dos Bicos, Chafariz del Rei, Chafariz de Dentro, Sé, Convento da Graça, Convento de S. Vicente, Igreja de Sta. Engrácia, Palácio das Necessidades e Rua Nova dos Ferros). Uma aplicação permite observar em maior detalhe alguns dos edifícios.

Mais informação:
Museu da Cidade


Igreja e Museu de São Roque

A Igreja de São Roque, no então chamado Bairro Alto de São Roque, foi um dos poucos edifícios a sobreviver praticamente intacto à destruição causada pelo terramoto. À época, Lisboa perdeu a maioria das suas igrejas e conventos mas S. Roque (santo protector das epidemias) escapou quase ilesa. De referir que o tecto deste templo é o único exemplar que resta dos grandes tectos pintados do período maneirista.

Anexo à igreja, está o Museu de São Roque, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, completamente reestruturado entre 2006 e 2008. Aqui poderá ficar a conhecer uma riquíssima colecção, constituída pelo antigo espólio de arte sacra pertencente à Companhia de Jesus. Destaque para a Capela de São João Baptista, obra-prima da história da arte europeia. Presentemente encerrada para obras de restauro, esta capela poderá ser visitada em todo o seu esplendor a partir de Fevereiro de 2012.

Mais informação:

Igreja de S. Roque

Museu de S. Roque 

Céu Coutinho 2011-11-02

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