Os néctares lusos são as personagens principais dos fins-de-semana vinícolas organizados pelas Pousadas de Portugal, que nos desafiam a conhecer o país das uvas através de um curso de vinhos. Em Viseu fomos provar os segredos do Dão.
“Alojar os visitantes e fornecer-lhes a alimentação no respeito do estilo de cada região”. O lema das Pousadas de Portugal aquando da sua criação, em 1941, continua mais actual do que nunca, mas à estadia e às refeições juntam-se agora um sem número de actividades complementares, dentro e fora de portas.
O objectivo é dar a conhecer o melhor de cada região, seja através de workshops de fotografia e cozinha, programas de bem-estar ou, neste caso, de um fim-de-semana vinícola que casa duas noites bem dormidas com um curso de vinhos para curiosos e apreciadores. E aqui, a teoria é só o ponto de partida porque a verdadeira descoberta passa inevitavelmente pela vinha, pela adega e pelo copo na mão.
Como não podia deixar de ser, cada unidade privilegia os néctares produzidos nas suas proximidades e se, por exemplo, a Pousada do Freixo evoca o vinho do Porto ou a de Condeixa os espumantes da Bairrada, já a de Viseu só podia brindar ao Dão, que por estas paragens é rei e senhor.
Sentidos à prova
Orientado por Tomás Caldeira Cabral, o curso começa logo pela manhã para aproveitar a altura em que os sentidos estão mais apurados, até porque a visão, o olfacto e o gosto constituem os três vectores essências de qualquer prova de vinhos. Da primeira devemos reter a cor, a intensidade, a limpidez e o brilho mas é no exame olfactivo que a coisa começa a ficar complicada…
Afinal de contas, se já todos ouvimos falar da presença das madeiras, framboesas ou baunilha nos néctares, já o cheiro a “ovo podre”, “chichi de gato” ou “suor de cavalo” são uma perfeita novidade para a grande maioria dos alunos.
Mas não há nada como descobri-los na prática por isso deixamos a Pousada de Viseu rumo ao Solar do Vinho do Dão, situado no antigo Paço Episcopal, já nos limites da cidade. Quis o acaso que nesse mesmo dia se realizasse mais um Encontro do Dão & Douro, onde não faltavam colheitas prontas e degustar e os seus respectivos produtores para nos encaminharem nas provas.
Nelson Jerónimo Rodrigues 2011-09-21
