Festas na Comuna - Lisboa

Noites fora de cena

O Teatro da Comuna foi fundado em 1972 e é dos palcos mais conhecidos do público alfacinha. Mas há quase cinco anos, o cartaz de espectáculos, por assim dizer, acrescentou-lhe uma “nova” faceta que trouxe outro tipo de plateias àquele palco da Praça de Espanha.

O revivalismo está na moda

“Estávamos aqui sem nada para fazer numa noite de sexta-feira e lembrámo-nos de chamar os amigos e pôr música. Às tantas... éramos 30 ou 40! Pensámos logo em fazer outra festa no mês seguinte”, conta Hugo Franco, um dos três actores que começaram, por brincadeira, as concorridas festas nocturnas da Comuna.

O grupo, formado em conjunto com Joaquim Horta e João Tempera, teve a ideia de fazer uma festa “anos 80”, algo que em 2004 “não era moda”. E esse foi, ao que tudo indica, o grande “segredo” do sucesso deles. Uma noite diferente, num espaço fora do comum onde as pessoas se sentem à vontade.

As festas começaram a funcionar com amigos e amigos de amigos, essencialmente pessoas ligadas ao meio artístico. Entretanto, puseram-se a organizar, a pedido, festas para o meio televisivo. Mas o boca a boca transformou as noites dos três anfitriões num fenómeno bola de neve, surpreendente e quase incontrolável.

Sempre em festa

Nas primeiras sextas-feiras de cada mês formam-se filas intermináveis à porta: um fenómeno peculiar também porque o local (apesar de ter bons transportes e estacionamento) não é próximo dos circuitos nocturnos da cidade.

A lotação é limitada e só vão entrando pessoas consoante saem outras, entre a meia noite e as seis. No entanto, são muitas as que ficam à espera. “Já chegámos a ter aqui pessoas a saltar muros para entrar!”, conta Hugo Franco. Apesar da grande afluência, o actor assegura que nunca houve problemas com ninguém. Embora a selecção à entrada procure não discriminar ninguém, existe a incontornável lista com os nomes dos amigos à porta.

Hugo Franco, que também é músico, é peremptório: “Nós gostamos desta música. Eu não danço música sem letra”, diz, franzindo o sobrolho às tendências mais agressivas da música electrónica que povoam muitos espaços nocturnos.

Gisela Pissarra 2009-03-04

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