Feira da Ladra – Lisboa

Todas as terças e sábados no Campo de Santa Clara, durante o período da manhã (entre as 7 e as 16 horas, aproximadamente), o trânsito é proibido. É dia de Feira!
Com raízes que remontam ao século XVIII, a Feira da Ladra andou de sítio em sítio até se fixar no Campo de Santa Clara. Dedica-se, sobretudo, ao comércio de velharias e de objectos em segunda mão.
Decidir ir à Feira da Ladra é mais do que ir em busca de pechinchas, é escolher passar um dia a remexer nos baús do sótão de casa dos nossos avós...
O segredo da longevidade da Feira da Ladra é provavelmente o amor que sentimos pela poesia temporal, amarelada, desbotada e rendilhada destes objectos com os dias contados.
Encontrar discos com capas que fazem parte de um imaginário distante...
... perder tempo a sentir a textura desbotada de postais antigos.
Nesta brincadeira de encontrar tesouros, pode-nos calhar na rifa a estória de uma noiva feliz.
Delfim do Nascimento já por cá anda desde 1958 e sublinha que a feira já não cumpre a tradição original sendo demasiado pontuada pela oferta de objectos tecnológicos de proveniência duvidosa.
José Bernardino, outro habitué da Feira da Ladra, escolhe a dedo os objectos para venda e é recompensado com uma clientela assídua e fiel.
Inesperadamente, encontramos a recém inaugurada Galeria Fernando Pessoa. Uma sugestão de visita alternativa...
Depois, é só rodar a chave do baú e dar um pulo ao café-esplanada Clara-Clara, ali mesmo no coração da Feira, no Jardim de Botto Machado, com vista para o Mar da Palha e para o Panteão Nacional.
Queremos guardar o passado? É que o passado faz-nos sentir presentes.

Visita à Terra do Nunca

Ana Rita Delille 2009-11-11

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