EXPERIÊNCIA #84 - Pastel de nata

Embaixador de Portugal

Um bolo aparentemente simples mas que se transformou num ícone internacional da gastronomia portuguesa. E que tem como companhia ideal uma bica bem tirada.

Encontra-se em lugar de honra nos sítios mais inesperados: na Feira da Ladra londrina, em Portobello Road, em Singapura ou Hong-Kong. O pastel de nata ganhou o seu lugar no mundo globalizado e, com ele, o país de onde é originário, Portugal.
Com tantas outras receitas, esta é de origem conventual, estando ligada aos frades do mosteiro dos Jerónimos. Daí que uma das mais famosa casas da especialidade, a dos Pastéis de Belém, se situe nas imediações. Estes bolos têm um sabor característico, distinguindo-se de quaisquer outros e transformarm-se num cartaz turístico. Ir aos Pastéis é um ritual que muita gente não dispensa. As salas, decoradas com azulejos, parecem intermináveis mas, quantas vezes, não chegam para as encomendas!
Companheira do pastel de nata é a «bica», como só os italianos e os portugueses parecem saber tirar. De manhã, ao pequeno-almoço, numa esplanada com vista para o mar, ao fim do dia como aconchego para o jantar, todos os pretextos são bons para comer pastéis, de preferência com açúcar e canela.

CURIOSIDADES

Cernache do Bonjardim – Se ninguém contesta os méritos da Casa dos Pastéis de Belém, a verdade é que, um pouco por esse país, há quem apresente produtos de grande nível. Um dos sítios mais inesperados é Cernache de Bonjardim, na estrada de Tomar para aSertã (EN238), onde uma fábrica de bolos produz uns pastéis de nata de se lhes tirar o chapéu.

Alfeizerão – Esta povoação entre as Caldas da Rainha e São Martinho do Porto não produz apenas o afamado pão-de-ló. Junto à bomba da Galp, a Casa do Pão-de-Ló vende pastéis que, pelo sabor, são verdadeiramente feitos de nata, evocando aqueles que, em tempos idos, se vendiam nalgumas praias. Vale a pena sair da A8 no nó de Alfeizerão e desviar 500 m à procura destes pastéis. Único problema: esgotam depressa e, a partir da hora de almoço, pode ficar de mãos e barriga vazias.

Sintra – Quem dise que em Sintra só se comiam queijadas, travesseiros e nozes? É, justamente, num dos especialistas da queijada, o famoso Gregório, que se comem uns, verdadeiramente notáveis, pastéis. Para quem não saiba, é à entrada de Sintra, junto à bomba de gasolina, para quem desce de Chão de Meninos para a antiga entrada de Sintra pela Estefânia, agora desactivada.

Quentes ou frios? – Como em tudo o que se relacione com gastronomia, política ou futebol, as opiniões dividem-se. Há quem prefira os pastéis acabados de fazer, ainda quentes, e quem só os aprecie frios. Também o tempero à base de açúcar e de canela, como nos Pastéis de Belém, está longe de ser consensual.
Pastéis futebolísticos – Como o estádio do Belenenses é mesmo ao lado, quando a equipa da Cruz de Cristo ganha a um dos grandes do futebol português (coisa rara nestes anos mais recentes) cada golo marcado é tema de piadas sobre pastéis que amargam, pastéis vendidos à dúzia, indigestões com pastéis, etc.


INFORMAÇÕES

A Casa dos Pastéis de Belém, como atracção turística que é, tende a estar sempre cheia aos fins-de-semana. O final da tarde ou o começo da noite são, por via de regra, bastante mais tranquilos.
www.pasteisdebelem.pt 


Rua de Belém 84 a 92
Tel. 21 363 74 23
Casa do Pão-de-Ló de Alfeizerão
Tel. 262 999 550

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