EXPERIÊNCIA #8 - Mosteiro da Batalha

Rendilhado de pedra

«Parece ainda escutar-se o afanoso lidar dos mesteirais e o retintim dos camartelos, lavrando as silharias».
Jaime Cortesão, escritor e historiador.

Património da Humanidade, o Mosteiro da Batalha corresponde à expressão mais alta do gótico luso. Inclui uma das mais belas igrejas da Europa e é valorizado por uma sucessão de estilos arquitectónicos, do gótico, ao manuelino e ao renascentista.
Vencidos os castelhanos em Aljubarrota, em 1385, o rei D. João l mandou erguer, nas imediações, um mosteiro em honra de Santa Maria da Vitória, depois doado aos frades dominicanos. A construção prolongou-se por 150 anos, até à construção da varanda renascença das Capelas Imperfeitas (1533).
O pórtico principal é, por si só, uma maravilha, totalmente esculpido e coroado pelas armas de D. João I. O interior da igreja é majestoso, com 80 metros de comprimento por 32 de largura. A luz, coada pelos vitrais, parece dançar por entre os pilares. A abóbada da Sala do Capítulo é uma obra-prima da engenharia da época. No claustro, situa-se o Túmulo do Soldado Desconhecido, velado permanentemente por um plantão militar.

CURIOSIDADES

E a abóbada não caíu – A Sala do Capítulo é considerada uma maravilha da arquitectura ogival, com uma abóbada construída sem apoios, cujas nervuras formam uma estrela de onde pendem as armas de D. João I. Diz a lenda que mestre Afonso Domingos, primeiro responsável pelas obras, fez uma vigília solitária para provar a solidez da construção. Já velho, morreu ao nascer do sol e as suas últimas palavras terão sido «a sala não caiu, a sala não cairá».

Imperfeitas? – As Capelas Imperfeitas são assim chamadas por nunca terem chegado a ser concluídas. Eram destinadas ao panteão de D. Duarte e sua mulher, D. Leonor de Aragão. Situam-se atrás da cabeceira da igreja e estão ligadas por um átrio abobadado. A sua construção, iniciada no reinado de D. Duarte, prolongou-se por cem anos, até ser suspensa no tempo de D. João III, a quem se devem os últimos acrescentos, já de gosto renascentista. A inexistência de tecto permite um outro olhar sobre o mosteiro. O esplendor manuelino irradia das sete capelas laterais.

Jóias várias – A Capela do Fundador, anexa à igreja, é o panteão da Dinastia de Avis. Dominada pelos túmulos de D. João I e D. Filipa de Lencastre, é coberta por uma abóbada estrelada e ladeada pelos túmulos da Ínclita Geração (os infantes D. Henrique, D. João, D. Pedro e D. Fernando, os reis D. Afonso V e D. João II e o infante D. João). No facial sul do transepto, procure, numa mísula, uma imagem da Virgem, considerada das mais belas obras de escultura do século XIV. Na capela-mor, poligonal, sobressaem os vitrais manuelinos.

INFORMAÇÕES

Acessos
A EN1 passa, infelizmente, junto ao mosteiro, num traçado que teima em não ser alterado, sujeitando o calcário esculpido à agressão dos gases de escape. Tanto pela A8 como pela A1 deve sair no no nó de Leiria e tomar a EN1 para sul
Mosteiro de Santa Maria da Vitória
Batalha
Telefone: 244 765 497
www.mosteirobatalha.pt 

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