EXPERIÊNCIA #78 - Dias da Música

Promenade à portuguesa

Durante três dias, sempre no mês de abril, o Centro Cultural de Belém transforma-se no centro musical do país. Centenas de músicos de todo o mundo sobem aos vários palcos da casa. A música ecoa dentro e fora de portas, para todos os públicos, para todas as idades.

Os britânicos fizeram dos Concertos Promenade uma instituição com mais de cem anos. Recentemente, os franceses criaram as Folles Journeés, com grande sucesso. O modelo é sempre o mesmo: uma sucessão de concertos de música clássica, pensada para o grande público e proporcionando uma relação mais aberta, divertida e informal entre artistas e espectadores.
Lisboa, começou por ter a Festa da Música no Centro Cultural de Belém. Depois, veio a crise (ou o medo dela), um sucedâneo mais pobre e, depois, o formato foi adaptado e chama-se, agora, Dias da Música. O público, esse, continua a gostar.
Não tem a vibração do Royal Albert Hall, com seis mil gargantas a cantar Jerusalem ou a marcha Pompa e Circunstância nº 1. Mas a diversidade de espectáculos, a possibilidade de saltar de um para outro durante um dia inteiro e as animações paralelas nos átrios e corredores tornam imprescindível esta verdadeira festa da música. Tanto mais que os preços não são assustadores: menos de € 10 por espectáculo.

CURIOSIDADES

Dias ou festa? – No primeiro formato, o que vigorou até 2006, a iniciativa chamava-se Festa da Música. A redução do orçamento do CCB, de alguma forma ligada ao peso que a Colecção Berardo passou a representar, criou uma crise que pôs em causa a continuidade da iniciativa. A solução encontrada para 2006, assentou numa espécie de «festa do piano», com 20 intérpretes em acção, incluindo Maria João Pires e Artur Pizarro e a possibilidade de, quem tivesse uns rudimentos de teclado, poder sentar-se ao piano, numa espécie de «happening» que até nem resultou mal. Para 2007 e 2008 o modelo consolidou e, na prática, voltaram os Dias da Música, como os tínhamos conhecido.

Data mantida – Abril tem por tradição sido o mês escolhido para estas realizações que duram um fim-de-semana completo.

70 concertos – Nos últimos anos o número total de concertos tem sido da ordem das sete dezenas, sendo o grosso do programa concentrado no sábado e no domingo.

Piano, pequenas formações e Bach – Se há três anos a espinha dorsal do programa era o piano, o ano passado estiveram em foco as pequenas formações: duos, tercetos, quartetos, etc. Já a edição de 2009 centrou-se na figura de Johann Sebastian Bach, autor-chave da música barroca europeia. Para esta edição, o CCB encomendou a António Pinho Vargas, a composição de um segundo andamento para o inacabado Concerto Brandeburguês n.º3.

INFORMAÇÕES

Acessos
Electrico 15, Comboio da Linha do Estoril (Estação de Belém)

Centro Cultural de Belém

www.ccb.pt 

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