Uma noite na ópera
Um teatro, cuja história remonta a 1793, e por onde passaram alguns dos maiores nomes da música clásica de todos os tempos.
Ir à abertura da temporada do Teatro Nacional de São Carlos é uma experiência única. Mesmo os não incondicionais da música clássica se deixam seduzir pelo ambiente, pela beleza do espaço e pela emoção que, inevitavelmente, assinala mais um começo de época.
O lastro da história impressiona. Basta pensar que naquele palco Maria Callas cantou a Traviata, em 1958, ou que, em começos do século XX, ali houve óperas dirigidas por Leoncavallo ou Umberto Giordano e concertos dirigidos por Camille Saint-Saëns.
Longe vai o tempo de um São Carlos para uma elite restrita, ficando o público popular reduzido aos espectáculos de música clássica no Coliseu. Para a época de 2009/10 preparam-se descontos substanciais para o público com menos de 18 anos. E durante o Verão a iniciativa Festival ao Largo, totalmente gratuita e realizada no largo fronteiro ao teatro foi um enorme sucesso.
CURIOSIDADES
Fiel às origens – O São Carlos mantém a traça do barroco tardio (1793), majestosa, com cinco ordens de camarotes e uma tribuna real. Se até ao século XX houve mudanças, nomeadamente no fosso da orquestra, a intervenção mais radical foi a de 1940 que eliminou os poços acústicos por baixo do palco, alterando a qualidade sonora do teatro. O esquena de acessos e circulações interiores foi modificado, desaparecendo alguns dos corredores e escadarias com azulejos.
Vicissitudes da história – O São Carlos chegou a ser dedicado à princesa D. Carlota Joaquina, vinda de Espanha para casar com o futuro D. João VI. O compositor Marcos Portugal foi director musical em 1800 e muitas das suas óperas foram estreadas aqui. Entre 1828 e 1834, o teatro esteve encerrado devido à Guerra Civil entre liberais e absolutistas. Voltaria a estar encerrado, mas desta vez para obras gerais de reabilitação e modernização, entre 1935 e 1940.
Um ano especial – 1908 foi um ano marcante. Estreou-se Salomé de Richard Strauss e o Anel dos Nibelungos de Wagner. Foi levado a cabo um projecto de restauro, assinado por um dos grandes arquitectos da época, Ventura Terra.
Tecnologia – Em 1850, a iluminação passou a ser a gás,. A luz elétrica foi instalada em 1887 e o pano de ferro corta-fogo, entre o palco e a sala, foi colocado em 1890.
Programa ambicioso – Para a época 2009/10, a temporada, inclui nove óperas (65 récitas), 12 concertos sinfónicos, 12 espectáculos com a Companhia Nacional de Bailado) e 50 programas adicionais.
Informações
Acessos
Metro Baixa-Chiado