EXPERIÊNCIA #75 - Fim de Ano na Madeira

Explosão de luz

Uma explosão interminável de foguetório, aguardada pela multidão que se aglomera na marginal, se pendura nas varandas dos hotéis ou se encosta à amurada dos paquetes ancorados na baía.

A passagem do ano no Funchal ganha, de ano para ano, cada vez maior projecção internacional. Olhando para o cenário onde decorre, não é difícil perceber porquê. A cidade desenvolve-se em anfiteatro à volta de uma grande baía voltada a sul. Basta subir a um miradouro ou ao terraço de um hotel do lado do aeroporto e observar a cidade, à medida que o sol se põe e as luzes se vão acendendo, para ficar encantado com o presépio de luzes que vai enchendo todo o campo de visão.
Imagine-se, então, o que será todo este quadro quando, dos mais diversos azimutes, começarem a subir foguetes e a pintar o firmamento com desenhos tão espectaculares como fugazes. É, literalmente, de todo o lado que o foguetório parece subir: dos montes, acima da cidade, da beira-mar e dos próprios navios ancorados que, em majestoso e afinado coro, tocam as suas sirenes e buzinas de nevoeiro.
Se a Madeira pode – e deve – ser visitada em qualquer altura do ano, quem goste de festa deve vir aqui, pelo menos uma vez na vida. Mas não ceda a um impulso de última hora e reserve o avião e o hotel com alguma antecedência, pois pode ter a certeza que houve muito mais gente a ter a mesma ideia.

CURIOSIDADES

Festa sem fim – Para os madeirenses As Festas (assim mesmo, com maiúsculas) não se resumem à noite de São Silvestre, ainda que seja então, que têm o seu final apoteótico. É uma sucessão de festejos que começa por alturas do Natal, com as «missas do parto» e se prolonga até aos Reis, neste caso nas comunidades mais rurais.
Senhora do Monte – Se a passagem do ano se tornou num cartaz turístico, há outras festas, estas de cariz religioso, que continuam a movimentar os madeirenses, até por corresponderem a tradições seculares. É o caso das festas da Senhora do Monte, no Funchal. O Monte desenvolve-se imediatamente a norte do Funchal, numa encosta com um microclima gerador de uma vegetação exuberante. É para lá que sobe o teleférico, com partida do centro do Funchal e é de lá que descem os típicos carrinhos do Monte, deslizando, calçada baixo, pilotados por hábeis condutores em trajes tradicionais. Aqui chegava o único comboio que alguma vez houve nesta ilha. A igreja, dedicada à Senhora do Monte, é cenário de grandiosa romaria em Agosto, sobretudo ao dia 15. O vinho local e o «bolo do caco» são o sustento da multidão de romeiros que enche o adro e todas as estreitas ruas envolventes.

Senhora da Piedade – A devoção por Nossa Senhora da Piedade é comum a toda a ilha. Mas de todas as festas que realizam em sua honra, as mais participadas e interessantes são as do Caniçal, no extremo oriental da ilha. A imagem é trazida de barco da ermida, situada num promontório que domina a Prainha, o único areal dourado da ilha. Depois, é o cortejo até à igreja matriz onde ficará exposta durante dois dias inteiros. Logo ao lado, é o movimentado e colorido arraial, com comidas, bebidas, rifas e tudo o mais que a tradição mandar.

INFORMAÇÕES

Turismo da Madeira
www.madeiratourism.org  
Tenha atenção às reservas de voos e hotéis na passagem do ano, visto que, não só a afluência é muita, como os preços praticados, sobretudo os de última hora, são de época alta, para não dizer, muito alta.

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