EXPERIÊNCIA #7 - Mosteiro de Alcobaça

Esplendor de Cister

"Património da Humanidade, o mosteiro valoriza e estrutura o centro histórico de Alcobaça"

Tão grande era a cozinha dos frades de Alcobaça que um braço do rio Alcôa foi desviado para a servir. Tudo neste fascinante edifício se apresenta à dimensão da casa-mãe dos monges de Cister em Portugal. Igreja e dependências monacais estão na proporção do prestígio e poder desta ordem na época medieval. O couto de Alcobaça incluía treze vilas e quatro portos de mar, de Aljubarrota, a São Martinho do Porto, S. Pedro de Muel, Alfeizerão e Pederneira. O golfo que por aqui entrava na Idade Média assoreou e os antigos portos estão, agora, longe do mar. Mas a memória do saber agrícola dos monges brancos atravessou os séculos.
Património Mundial da UNESCO, o mosteiro de Alcobaça ocupa uma parte do centro da cidade homónima. Além da referida cozinha, impressiona, pela sua dimensão, o refeitório monacal. O claustro de D. Dinis e a Sala dos Reis são outros pontos fundamentais de visita.
Resta falar da igreja e daquilo que a tornou famosa: o túmulo dos protagonistas de um dos amores mais trágicos da história de Portugal. D. Pedro e D. Inês de Castro jazem frente a frente, à espera do Dia do Juízo Final para se reencontrarem. Exuberantemente decorados, os túmulos representam o ponto alto da estatuária tumular medieval portuguesa.

CURIOSIDADES

Fundado pelo primeiro rei – Este mosteiro de Cister, seguidor da primitiva Regra de S. Bento, foi fundado pelo primeiro rei português, D. Afonso Henriques em cumprimento da promessa da conquista de Santarém aos mouros. O jovem Afonso sabia que não bastava ganhar no campo de batalha: era preciso repovoar o território. Ninguém melhor que os cistercienses para o fazer, já que a sua regra os mandava viver em austeridade, ajudando os povos a reconverter territórios incultos em lugares de próspera produção agrícola. Por isso, lhes fez doação de um enorme domínio, o Couto de Alcobaça.

Ao lado de D. Pedro – Alcobaça opôs-se ao rei D. Afonso IV, na sequência do assassinato de Inês de Castro, grande amor do príncipe D. Pedro. Era dama de companhia de D. Constança, mulher do príncipe e a sua ascendência castelhana era vista como um perigo para a independência nacional, sobretudo porque da ligação já tinham resultado filhos. Além de ter feito doações aos monges cistercienses quando ascendeu ao trono, D. Pedro I mandou transportar o cadáver da sua amada para a abadia.

Marcas na paisagem – Durante séculos, os monges de Cister cultivaram os seus domínios, lançando as bases do que hoje chamaríamos uma indústria agro-alimentar e que incluía compotas, vinhos, doces ou sal. A rede de estradas e canais abertos para melhor explorar pomares e campos de cultura deixou marcas na própria toponímia, como é o caso da localidade vizinha da Nazaré onde se situa a estação ferroviária e se chama, justamente, Valado de Frades.

INFORMAÇÕES

O melhor acesso rodoviário a Alcobaça faz-se pela auto-estrada A8, saindo no nó homónimo.
Tel: 262 505 120
www.mosteiroalcobaca.pt 

Festival de Música de Alcobaça
Realizado anualmente este festival dedicado à música clássica, sem esquecer o canto gregoriano, utiliza para os espectáculos a nave central da igreja da abadia


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