Luzes da Ribalta
Mais que uma discoteca, mais que um bar, mais que um salão de espectáculos. O LUX é tudo isso e ainda acrescenta alguma coisa em cada uma destas componentes.
1998 não foi apenas o ano da EXPO e do Nobel de Saramago. Foi o ano em que abriu a mais internacionalmente famosa das discotecas portuguesas, continuadora, noutros moldes, do que fora o Frágil no Bairro Alto, uma década antes. Ao leme, o mesmo Manuel Reis.
Mais de dez anos depois, o Lux continua a respirar saúde e é um dos grandes locais da noite lisboeta. É um local civilizado, com algum grau de sofisticação, passem os tiques irritantes de algumas gamas de frequentadores habituais.
O espaço e o seu inteligente tratamento ajudam muito: uma pista de dança no rés-do-chão, praticamente a todo o comprimento do antigo edifício portuário; um primeiro andar com janelas rasgadas para o Tejo, misto de local de contemplação, conversa e alguma dança; por fim, a cereja no topo, literalmente falando: o famoso terraço, espécie de convés de um navio mítico, a navegar pela noite, com Alfama ali ao lado.
CURIOSIDADES
Nos roteiros turísticos – Se há referência da noite lisboeta com lugar captivo nos guias de viagem estrangeiros é, sem dúvida, o Lux. Os turistas chegam aqui como para ver os Jerónimos ou o Castelo de São Jorge, ou seja, sem esta visita, a impressão de Lisboa não fica completa. Numa altura em que, apesar da crise, os voos de baixo custo continuam acessíveis, há quem se meta no avião à sexta-feira, chegue a Lisboa, dê uma volta pela cidade e venha para aqui passar a noite, regressando ao aeroporto com os alvores da madrugada. Um novo tipo de turismo para o qual ainda não se inventou uma designação à altura.
Estrelas – Ao Frágil, nos anos 80, viera Jack Lang, ministro da Cultura de Mitterand, dar projecção internacional à então nascente casa de diversão do Bairro Alto. Agora, na génese do LUX, o nome desde sempre apontado como uma espécie de sócio-sombra de Manuel Reis foi o actor norte-americano John Malkovitch. Outras figuras do espectáculo, tanto nacional como estrangeiro, andam frequentemente por ali, para não falar de políticos, empresários e outra gente que costuma ter os nomes nos jornais, Mas estrelas a sério são as que se vêem do terraço, lá bem alto a brilhar no firmamento alfacinha.
Na porta ao lado – O antigo edifício do Porto de Lisboa não foi o único a ter sido renovado para outros fins. Imediatamente a jusante fica uma correnteza de antigos armazéns portuários onde funcionam um restaurante pertencente aos mesmos donos (Bica do Sapato), para além de uma popular pizzaria, uma loja «gourmet», etc.
INFORMAÇÕES
Com a extensão do Metro a Santa Apolónia deixou de ser obrigatório trazer o carro para aqui. É só atravessar a Av. Infante D. Henrique. De qualquer das formas, existe estacionamento pago à beira-rio.
www.luxfragil.com