EXPERIÊNCIA #61 – Filigrana

Rendilhado de ouro

A ideia de trabalhar o ouro, reduzindo-o a fios pouco mais grossos que um cabelo está presente desde a Antiguidade Clássica. No norte de Portugal esta arte enraizou-se, criou escola e faz parte da matriz cultural local. São os brincos e colares de elaborados desenhos, associados aos trajes tradicionais minhotos. Os desenhos de plantas e animais. Ou os cordões em que as bolas de ouro são enfiadas em finíssimos fios metálicos.
Tal como no Vinho do Porto, o ouro é trabalhado num local, industrializado noutro e vendido num terceiro. A ourivesaria popular tem grande expressão na Póvoa de Lanhoso. As localidades de Travassos e Sobradelo da Goma são locais de referência a que já chamaram museus vivos de ourivesaria. De resto, existe mesmo um Museu do Ouro na primeira destas aldeias.
A industrialização da ourivesaria está associada ao concelho de Gondomar, nos arredores do Porto. E, para procurar joalharias com trabalhos originais ou peças de ouro trabalhado em segunda mão, não se limite às terras de Lanhoso e vá até Ponte de Lima ou Viana do Castelo.

CURIOSIDADES

Trajes tradicionais – As arrecadas de ouro são inseparáveis dos trajes tradicionais das mulheres minhotas, incluindo as noivas. Cordões, brincos e outros adornos tinham, também, o significado de ostentar o poder económico da família. Dá-se o caso curioso de, no concelho de Monção, a Coca, boneco gigante que simboliza o mal e luta simbolicamente com São Jorge nas Festas do Corpo de Deus, ter uma característica marcadamente feminina. E, para que não subsistam dúvidas, quer o dragão-fêmea maior, quer as crias que a acompanham, quer, ainda, as miniaturas vendidas na feira, todas elas têm laboriosas reproduções de brincos de filigrana nas respectivas orelhas.

Modernizar – O desafio enfrentado pelos ourives artesanais da Póvoa de Lanhoso é o da modernização. As peças, para poderem ter sucesso comercial, nomeadamente no estrangeiro, têm que ser renovadas. Esta a aposta dos programas lançados em colaboração com o município local e que procuram juntar o saber ancestral dos mestres artesãos com a criatividade do design moderno.

Compras – Por razões que têm a ver com tradições locais mas, também, com a dinâmica de alguns estabelecimentos comerciais, Ponte de Lima e Viana do Castelo são bons locais para os apreciadores desta arte e, sobretudo, para os interessados em adquirir peças em segunda mão a preços mais interessantes. Isto mesmo se constata, visitando os respectivos centros históricos.

INFORMAÇÕES

Posto de Turismo
Póvoa de Lanhoso
Tel: 253 639 700
Museu do Ouro
Travassos, Póvoa de Lanhoso
www.museudoouro.com 

Receba as melhores oportunidades no seu e-mail
Registe-se agora