EXPERIÊNCIA #6 - Convento de Cristo

O da famosa janela

"Uma sobreposição de estilos, do bizantino ao maneirista, sem esquecer o manuelino, dá um valor excepcional a este monumento."

Bastaria a Janela da Sala do Capítulo, obra-prima do manuelino, para dar notoriedade ao Convento de Cristo, em Tomar. Mas este monumento extraordinário, Património Mundial da UNESCO desde 1983, tem muito mais para nos mostrar.
Foi sede da Ordem do Templo em Portugal a partir de 1160. Marca maior desses tempos, a Charola, igreja-fortaleza de inspiração oriental. De planta octogonal, as paredes são cobertas por frescos do séc. XVI, representando cenas bíblicas. Curiosa a representação simbólica de São Cristóvão com cabeça de cão. Completou-se recentemente o restauro do interior.
Sucessivas ocupações vão enriquecer o convento. O Infante D. Henrique acrescenta os claustros da Lavagem e do Cemitério. D. Manuel a nova igreja, a Sala do Capítulo e a famosa Janela. Com D. João III são edificados os claustros de Santa Bárbara, Hospedaria, Micha e Corvos. Finalmente, Filipe I manda concluir o claustro principal, obra-prima maneirista.

CURIOSIDADES

Continuidade assegurada – Após a extinção, à escala europeia, da Ordem do Templo, em 1312, D. Dinis promove a criação da Ordem de Cristo, que herda os bens e atribuições dos Templários e, diz-se, que os seus segredos que haviam provocado a inveja do rei de França e do Papa. A partir de 1417, o infante D. Henrique vai governar a Ordem e manda construir o Claustro da Lavagem e o Claustro do Cemitério.

Janela para o mundo – A Sala do Capítulo é famosa pela janela, obra-prima do manuelino (Diogo de Arruda, 1510). A ornamentação inclui árvores, troncos, nós, laços, cordas, fogo, animais mitológicos, flora e fauna da terra e do mar, marinheiros, anjos e reis. Para além da heráldica da Ordem representada pela Cruz de Cristo, da Esfera Armilar e do Escudo do Reino.

Perseguição inquisitorial – Coincidindo com a Contra-reforma e as perseguições aos cristãos-novos, D. João III reforma radicalmente a Ordem de Cristo e os vestígios da presença da Ordem do Templo são obliterados, salvo alguns pormenores discretos. São construídos o refeitório (1536) e o dormitório (1544) de forma a possibilitar a transformação numa ordem monástica.

Aqueduto monumental – Aclamado rei nas Cortes de Tomar, Filipe I, conquistador de Portugal, resolveu o problema do abastecimento de água ao convento e da própria cidade. O Aqueduto dos Pegões é uma obra imponente que, num vale próximo, transpõe o desnível em monumental arcaria múltipla.

Igreja notável – Ao descer do convento e castelo para Tomar, não deixe de ver, numa das primeiras curvas da estrada, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Diogo de Torralva, 1571), mandada construir por D. João III. Testemunho do classicismo italiano em Portugal, contrapõe ao exterior austero, um interior embelezado por um jogo de luzes naturais e adornado por colunas.

INFORMAÇÕES

Há comboios directos de Lisboa para Tomar. Da estação pode, ou subir a pé para o castelo e convento, ou tomar um táxi.
No que respeita a acessos rodoviários, estes fazem-se pelo nó de Tomar da A23 (a 15 km do nó de Torres Novas da A1) e pelo IC3 até à cidade
Convento de Cristo
Tel. 249 315 089

www.conventocristo.pt 

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