Entre flores e rochedos
"Uma descida panorâmica, ao encontro da Fajã de Santo Cristo e da sua lagoa, pelo meio de encostas verdes e floridas."
Se a Madeira tem as levadas, os Açores têm as fajãs. E as mais bonitas e apetecíveis, pelo menos do ponto de vista do passeio a pé, ficam na ilha de São Jorge. São planícies costeiras de extensão variável, formadas, seja a partir da escorrência das lavas, seja na sequência de desabamentos das encostas. Férteis e batidas pelo mar, foram desde sempre escolhidas pelos açorianos, fosse para a agricultura, fosse para a construção de povoados.
O objectivo deste passeio é descer desde a cumeada, na costa norte da ilha, até à Fajã de Santo Cristo. Convém ser previdente e ter um táxi contratado para o ir buscar lá abaixo, no final do passeio, pois o regresso pelo asfalto demoraria horas sem fim. Se tem carro, deixe-o no início do passeio, na Estrada Regional 2, 6,5 km depois de Ribeira Secva, após o desvio para o parque eólico. Não há que enganar. Hão-de lá estar as viaturas de outros caminhantes paradas junto à cancela.
Depois, é só respirar fundo e descer ao encontro da Fajã, famosa pela bonita lagoa costeira que tem a meio, fazendo lembrar os atóis do Pacífico. Um último troço, este mais horizontal, liga à Fajã dos Cubres, onde há restaurantes e telefone para chamar um táxi.
CURIOSIDADES
Passeio mais curto – Se gosta da idéia geral do passeio mas não lhe apetece andar tanto, nem deixar o carro sozinho na estrada, pode fazer uma versão reduzida da caminhada. Desça de carro, por asfalto, até à Fajã dos Cubres. Estacione e inicie a marcha para oeste, rente à encosta e seguindo o trilho assinalado. Estará, no fundo, a fazer o troço final do passeio mas em sentido inverso. Chegado à Fajã de Santo Cristo o que, dependendo da passada, poderá levar uma hora ou mais, maravilhe-se com este lugar abençoado, onde pouco mais ouvirá para além do marulhar do Atlântico. Resta-lhe inverter caminho e regressar aos Cubres.
Fajã de São João – É o outro grande passeio a pé desta ilha. Desenvolve-se na costa sul e parte do trilho poderá não estar recomendável (informe-se em Velas, no Posto de Turismo). Há muita pedra solta, muita curva apertada mas poderá ter a surpresa, pelo caminho, de ver que há gente que, todos os dias, sobe e desce aquela ladeira, não para se divertir mas para irem cultivar a terra, como os seus antepassados faziam. Tiremos, de passagem, o chapéu, à determinação destes ilhéus! O troço final desenvolve-se à beira-mar, ao encontro de uma aldeia pitoresca onde encontrará a estrada asfaltada. Tal como no caso anterior, é prudente prever um táxi ou outra boleia para regressar ao ponto onde deixou o carro.
Outros passeios – A ilha não é tão grande como São Miguel mas não lhe faltam pontos de interesse. A não perder, na costa sul, para além da pitoresca Velas – a «capital» local – a povoação de Urzelina (onde ainda são bem visíveis as marcas da erupção de 1808 e há curiosos moinhos de vento). Se a metade ocidental de São Jorge é verdejante e florida, com a oriental dá-se uma surpreendente mudança de cenário: são rochedos batidos pelo vento, a fazer lembrar partes da vizinha ilha do Pico.
INFORMAÇÕES
A actividade sísmica e os temporais podem modificar em poucos dias o estado dos trilhos. Informe-se no Turismo acerca da praticabilidade dos passeios sugeridos.
Turismo dos Açores
www.azorestourism.com
Posto de Turismo de Velas
Rua Conselheiro Dr. José Pereira
Tel. 295 412 440
CONHEÇA AQUI AS 100 EXPERIÊNCIAS PARA VIVER EM PORTUGAL ANTES DE MORRER