EXPERIÊNCIA #51 – Pico

Subida ao vulcão

"O vulcanisno determinou a constituição geológica e definiu o temperamento e o carácter das populações."
António Valdemar, jornalista.

É como se houvesse duas ilhas: uma, baixa e alongada, semelhante à vizinha São Jorge, e outra constituída por uma desmesurada montanha que parece ter aterrado no extremo ocidental. Na verdade, o vulcão foi-se erguendo acima da planície, fruto de sucesivas e violentas erupções. Lugar de encontro entre as lavas e as ondas do Atlântico, ficaram os chamados Mistérios, zonas de rocha torturada, evocando cataclismos cuja dimensão, ainda hoje, impressiona.
Marca a paisagem açoriana, quase sempre rodeada por um cachecol de nuvens, pelo meio do qual brilha o sol. É assim que se vê das vizinhas ilhas de São Jorge e do Faial, ou do avião, durante a aproximação à pista.
Perante uma maravilha desta dimensão, o que mais apetece é subir ao respectivo topo. Porquê? Porque, como costumam responder os alpinistas depois de uma escalada memorável, «ele estava lá»... Se o tempo estiver bom, a vista é de fazer abrir a boca. Quanto à ascensão, que dizer? Talvez que é para quem tenha boas pernas e não tenha pecado. Indispensável levar guia por razões de segurança.

CURIOSIDADES

Tecto de Portugal – A partir do momento em que Timor se tornou num país independente, o cume do Pico passou a ser o ponto mais alto do território português: 2.351 m, superando o madeirense Pico Ruivo (1.862 m) e a continental Serra da Estrela (1.991 m).

Património mundial – O cultivo da vinha na ilha açoriana do Pico é uma história heróica, feita de perseverança, de revezes e de coragem. Para proteger as cepas dos cortantes ventos marítimos foi erguida uma intrincada rede de muros de pedra. Os marouços são os montes de escombros arrancados da terra para desembarçar os campos de cultura. Este esforço de gerações, traduzido na modelação da paisagem, foi premiado pela UNESCO com a distinção de Património da Humanidade.

Moby Dick – Os baleeiros açorianos, nomeadamente os do Pico, eram famosos pela sua coragem e habilidade. No século XIX os navios norte-americanos vinham recrutá-los aqui e essa epopeia foi imortalizada por Herman Melville no romance «Moby Dick». Com a proibição internacional da caça à baleia e ao cachalote (1987) as antigas vigias e fábricas foram musealizadas e os barcos reconvertidos para pacíficas viagens de observação, filmagem e fotografia.

Terra de Mistérios – Já durante a colonização portuguesa houve grandes erupções do vulcão do Pico, com rios de lava a devastarem casas e campos de cultura, só parando no mar. Foi assim em 1572 e em 1718/20. Os efeitos na paisagem ainda são bem visíveis, respectivamente em São Roque (Ponta do Mistério e Prainha do Norte) e Bandeira, Santa Luzia ou São Mateus. Estes mantos de basalto, resultantes da solidificação da lava por cima da paisagem existente são localmente conhecidos como Mistérios. Para além dos já referidos, avulta o do Cachorro, na costa próxima do aeroporto.

INFORMAÇÕES

Uma boa ascensão ao Pico começa alta madrugada, de forma a atingir o topo antes do nascer do sol. É indispensável levar guia e estar em boa forma física. Um impermeável leve, um casaco polar, boas botas, bastão, água, lanterna frontal e barras energéticas são alguns dos ítens a incluir na palamenta. Prepare-se para a surpresa final: quanto julga que chegou ao topo, ainda lhe falra escalar o Piquinho. São só mais 50 m em cota mas que demorarão à volta de uma hora.
Para contratar guias dirija-se ao turismo local. Em épocas de maior afluência pode já ter reservado este serviço com antecedência.
Associação Regional de Turismo dos Açores
Rua da Palha, 32
Angra do Heroísmo
Ilha Terecira
Tel. 295 216 480
www.artazores.com 

Posto de Turismo de Madalena (Pico)
Rua Conselheiro Terra Pinheiro
Tel. 292 623 524

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