EXPERIÊNCIA #47 – Centro Histórico de Óbidos

Entre flores e muralhas

«Têm em Óbidos, fielmente e integralmente ressuscitado, um burgo medieval português de há trezentos anos».
Ramalho Ortigão

A uma hora de carro de Lisboa, é um burgo medieval que parece ter feito do Dia Europeu sem Carros o lema para todo o ano. Aqui, mesmo para ir aos correios ou à farmácia, só se entra a pé. As ruas da zona intra-muros até para os peões parecem apertadas, quanto mais para o trânsito. E é entre casas antigas, impecavelmente caiadas e muros donde pendem trepadeiras floridas que se entra em Óbidos.
É verdade que tudo parece montado para turista ver: lojas, esplanadas, museus. Falta um sopro de vida autêntica, como nas ruas de Alfama ou na Baixinha de Coimbra. Mas, em contrapartida, a limpeza é exemplar e tudo está bem conservado.
Uns contentar-se-ão com o passeio pela Rua de Santa Maria e com uma espreitadela aos museus e igrejas. Outros experimentarão essa originalidade local que é a ginjinha servida em copo de chocolate. «Beba a ginjinha e coma o copo», diz o slogan. Para os mais cheios de energia há sempre a subida à muralha, sobretudo do lado norte, para ver as várzeas que substituíram a lagoa interior da época medieval.

CURIOSIDADES

Mar à porta – Há gravuras medievais mostrando barcos fundeados junto às muralhas da vila de Óbidos. Aqui havia um vasto golfo, comunicando com o mar que, aos poucos, foi assoreando. Estendia-se para norte até à Nazaré e a Alfeizerão que era porto. Era por aqui que os frades cistercienses de Alcobaça exportavam a produção das suas ricas terras agrícolas. Sobrevivências dessa época, a Lagoa de Óbidos e a concha de São Martinho do Porto.

Quando o chocolate é rei – O Festival do Chocolate, realizado todos os anos, é um dos maiores sucessos de Óbidos atraindo tantos visitantes que todos os acessos rodoviários chegam a entupir. Outro ponto marcante no calendário da vila é o Festival de Música Clássica.

Pontos a visitar – Merece referência, logo a seguir ao parque de automóveis e autocarros a Porta da Vila, encimada pela inscrição «A Virgem Nossa Senhora concebeu sem pecado original», mandada aí colocar por D. João IV, em sinal de graças pela protecção da Padroeira, aquando da Restauração de 1640. Aí verá, também, uma capela-oratório revestida interiormente a azulejos do século XVIII e o Padrão Camoneano inaugurado em 1932, da autoria do arquitecto Raul Lino, evocativo do facto da vila ser referenciada por Camões nos «Lusíadas». Na Praça de Santa Maria, fica o Museu Municipal, com pintura, arte sacra e armas da Guerra Peninsular. Expõe várias obras da pintora Josefa d´Óbidos. A vizinha Igreja de Santa Maria, Matriz, é um templo de três naves com vãos de arcadas clássicas. O portal manuelino é encimado por um nicho com uma figura de Nossa Senhora da Assunção. No interior, ricos azulejos seiscentistas.

INFORMAÇÕES

Acessos pela A8, estando Lisboa a cerca de uma hora de viagem.
Estação da Linha do Oeste, com ligações para Lisboa, Torres Vedras, Caldas da Rainha, Nazaré, etc.
Posto de Turismo de Óbidos
Tel. 262 959 231
www.cm-obidos.pt/turismo 

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