EXPERIÊNCIA #45 - Centro Histórico de Viana do Castelo

Tesouro quinhentista

«Sabei que é uma das vilas do meu reino que eu muito amo, que lhe dei começo por mim e lhe quero dar cima (significado medieval de concluir) em meu tempo». D. Afonso III

O rio Lima, o Monte de Santa Luzia e a ponte de Eiffel. Três elementos que, mesmo ao longe, tornam inconfundível a silhueta de Viana. Nesta espécie de fotografia «a la minute», a cidade marca os primeiros pontos. Mas nada que se compare à sensação de descobrir um casco antigo, de raiz quinhentista, cuja presença nada fazia prever.
Mesmo de carro, dirija-se à estação de caminho-de-ferro, com amplo estacionamento subterrâneo. O centro comercial anexo é a prova viva de que nem sempre este tipo de arquitectura tem que produzir mamarrachos. Se descer a Avenida dos Combatentes na direcção do rio, entre prédios de diversos estilos que convivem razoavelmente, o cruzamento com a Rua Manuel Espregueira dá-lhe referências para uma primeira descoberta do centro histórico.
Para a direita, um troço pedonal com algum comércio interessante e, ao fundo, o Campo da Agonia onde se realiza a feira semanal, às sextas. Para a esquerda, a monumental Praça da República, com chafariz ao centro, os paços velhos do concelho, o antigo consistório e igreja da Misericórdia e acolhedoras esplanadas.

CURIOSIDADES

Elevador centenário – Nenhuma visita a Viana do Castelo fica completa sem a subida ao Monte de Santa Luzia. A forma mais pitoresca de o fazer é tomar lugar no elevador que parte das proximidades da estação, perto do hospital. Instalado em princípios do século XX, voltou, recentemente, à actividade, depois de um longo período de reparação. À medida que a pequena cabina vai galgando a rampa, irá tendo sucessivas vistas sobre a cidade e o rio que, no entanto, são um mero aperitivo, para o panorama que se abrange lá de cima. E que pode, ainda, ser ampliado com a subida ao zimbório da basílica.

Festas inesquecíveis – Viana é das cidades que se visitam com agrado em qualquer época do ano. Mas, se a quiser ver numa ocasião verdadeiramente especial, venha, a partir de dia 16 de Agosto, assistir às Festas da Senhora da Agonia. Entre a feira, os desfiles de cabeçudos e zés-pereiras, os cortejos etnográficos e o fogo-de-artifício é um verdadeiro arraial minhoto ao longo de quase uma semana.

Viagem no tempo – O circuito entre a Praça da República, a igreja matriz, a capela barroca da Casa da Praça, a Praça da Erva e o jardim ribeirinho mostra todo o encanto da cidade quinhentista. São lojas tradicionais que parecem saídas dos cenários de um filme com Vasco Santana, tascos onde se comem rojões e se bebe vinho verde pela malga, à mistura com casas nobres, capelas e solares.

Orgulho da frota – No cais, o antigo navio-hospital Gil Eanes, orgulho da frota que, até aos anos 60, ia pescar bacalhau às águas geladas da Terra Nova, foi transformado em museu flutuante. O ambiente a bordo foi mantido e permite fazer uma ideia da verdadeira epopeia que era aquela faina.

INFORMAÇÕES

Acessos
Viana é acessível a partir de sul pela A28, auto-estrada que arranca do Porto para norte. Está, também, ligada à auto-estrada com portagem A3 no nó de Ponte de Lima, fazendo-se esta ligação através da A27.
Posto de Turismo
Rotunda da Liberdade
Tel. 258 098 415
Em período de festas, nomeadamente durante as Festas da Senhora da Agonia, pode ser preferível deixar o carro junto à estação de Darque, na margem esquerda do Lima, e seguir de comboio. Nesse período há composições especiais para facilitar as idas e vindas dos visitantes.

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