EXPERIÊNCIA #44 - Centro Histórico de Lisboa

Cidade de navegar

«As três ruas principais, construídas depois do terramoto, vão desta praça (Terreiro do Paço) a uma outra, o Rossio. São direitas, largas, dos lados estão guarnecidas com escabelos, as casas não estão isoladas ou separadas, formam antes grandes edifícios que causam uma excelente impressão».Heinrich Friedrich Link (1797)

 

Duas coisas tornam Lisboa diferente: a luz e a relação com o Tejo. A primeira impressionou cineastas como Alan Tanner ou Win Wenders que a tentaram captar com as suas câmaras. A segunda está na génese da própria cidade onde, como escreveu Cardoso Pires, «há ondas de mar aberto desenhadas nas calçadas».
É para o rio que se abre o vasto e geométrico Terreiro do Paço. Para lá conduzem as ruas da Baixa Pombalina, materialização do racionalismo da Era das Luzes. Uma lição de urbanismo setecentista que ainda hoje espanta os visitantes.
Torna a ser o rio que se entrevê de umas escadinhas de Alfama, da janela de um eléctrico ou dos mil e um miradouros lisboetas: Santa Catarina, Santa Luzia, Portas do Sol, castelo de São Jorge...
E é, finalmente, do rio que melhor se aprecia esta cidade única, feita de colinas e casas brancas que jogam às escondidas com o rio. Cinematograficamente falando, tudo isto está na sequência de abertura de «A Canção de Lisboa» de Cottinelli Telmo que, mais tarde, João César Monteiro reencenaria em «Recordações da Casa Amarela».

CURIOSIDADES

Plano de urbanização – A reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755 não foi, apenas, a expressão da vontade de ferro do Marquês de Pombal. Constituíu, também, a concretização de um dos primeiros planos de urbanização modernos, com utilização de projectos-tipo para os edifícios que incluíam uma estrutura flexível (a gaiola), à base de madeira, resistente aos sismos. Para testar a sua eficácia, uma companhia de soldados foi posta a marchar com o passo desacertado nos diferentes andares. A largura das ruas, na altura considerada megalómana, é tal, que ainda hoje permite a passagem do trânsito a duas vias.

Lisboa genética – A Baixa Pombalina, candidata a Património da Humanidade, ocupa a zona onde começou o povoamento daquilo a que hoje chamamos Lisboa. No actual Terreiro do Paço desaguava uma série de linhas de água, formando esteiros e praias onde se foram fixando os primeiros habitantes. Durante a época romana esta área ribeirinha era uma espécie de «zona industrial», com fábricas de conserva de peixe de que ainda existem vestígios nas caves da Casa dos Bicos e das instalações do BCP na Rua dos Correeiros. Na Rua da Conceição as supostas Termas Romanas, visitáveis uma vez por ano, quando é escoada a água que corre no subsolo da Baixa, parecem, na realidade, corresponder a um criptopórtico, ou seja, a uma estrutura subterrânea de suporte de um edifício público.

A Baixa vista de cima – Há um lugar onde é indispensável ir para ter uma perspectiva diferente da Baixa Pombalina. É o terraço do elevador de Santa Justa. Do topo, a 45 m de altura, pode-se apreciar a característica geométrica e ordenada de todos estes quarteirões que se estendem do Rossio até à beira-Tejo. O elevador é considerado uma obra-prima da arquitectura do ferro, tendo sido construído em 1896 por Raoul Mesnier du Ponsard, discípulo português de Eiffel.


INFORMAÇÕES

Postos de Turismo de Lisboa
www.visitlisboa.com
Posto de Turismo-Praça do Comércio
Tel: 210 312 810
Posto de Turismo-Rua Augusta
Tel: 213 259 131
Posto de Turismo-Restauradores
Tel: 213 466 307

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