EXPERIÊNCIA #43 – Centro Histórico do Porto

Labirinto de granito

«E da trémula Ponte D. Maria (...) verifiquei (...) que estava diante do mesmo Porto de sempre, espraiado na sua encosta (...) humoso e desgraçado na Ribeira, espiritual e feliz nos cumes das torres.» Miguel Torga

O Douro é o único rio português que corre entre margens rochosas e apertadas até à foz. Bastaria isto para tornar especial a zona ribeirinha do Porto. Mas, com o passar dos séculos, um outro constrangimento, este de raiz humana, foi-se fazendo sentir: o traçado das muralhas limitava, de forma drástica, o espaço para construir. Por isso, o Porto medieval teve que crescer em altura. À volta destes prédios, surpreendentemente altos para a época, um labirinto de arcadas, vielas e escadinhas.
Desaparecida a muralha do tempo de D. Fernando – de que restam alguns discretos sinais – a estrutura manteve-se. Hoje, a Ribeira e Miragaia encantam o mundo, apesar da óbvia pobreza de muitos dos habitantes. Programas de recuperação e o próprio dinheiro do turismo têm, aos poucos, modificado a face deste microcosmos fascinante.
Que tem, a fazer-lhe companhia, as pontes metálicas do século XIX (D. Luis e D. Maria Pia), a nova Ponte do Infante e os, agora renovados, Cais de Gaia. O elevador dos Guindais, ligando à beira-rio à Praça da Batalha foi outra obra valorizadora do Porto ribeirinho, Património da Humanidade.

CURIOSIDADES

Postigos – Não resta muita coisa da muralha mandada levantar por D. Fernando, em meados do século XIV. O troço sobre-elevado que corre à frente dos prédios ribeirinhos, entre a Praça do Infante e a Praça da Ribeira é um dos raros pedaços visíveis da cerca defensiva. Das portas existentes apenas o Postigo do Carvão chegou aos nossos dias.

Praça renovada – A Praça da Ribeira é o coração desta zona antiga, Património da Humanidade. Esplanadas e bares deram um enquadramento renovado a este espaço, com destaque para o «Café na Ribeira», luminoso prisma de vidro à beira-rio. A fonte, com o cubo imaginariamente sustido no ar por jactos de água, começou por ser tema de piadas mas, agora, ganhou aceitação geral.

Elevador espectacular – Reconstruído em 2004, o Elevador dos Guindais é uma das heranças consensuais do Porto 2001, capital europeia da Cultura. O moderno funicular faz o mesmo trajecto de um outro desactivado no final do séc XIX após um acidente (1893). Os primeiros metros da subida para a Praça da Batalha são de verdadeira montanha russa. Uma experiência a não perder. E, já agora, lá no alto pode apanhar o eléctrico que descerá à Baixa, seja na versão normal, seja na do circuito turístico.

Esplendor barroco – Logo ao lado da Praça do Infante, a igreja de São Francisco é uma das jóias do barroco nacional. Tem, a par da igreja de São Roque (Lisboa) ou da igreja de Santo António (Lagos) a melhor e mais esplendorosa decoração a azulejo e talha dourada. O ponto alto de qualquer visita à zona ribeirinha portuense.
Cruzeiro das pontes – Não se limite a ver a Ribeira na perspectiva mais habitual. Embarque num dos cruzeiros das pontes e passe um bocado de manhã ou de tarde a navegar pelo Douro, entre o centro, a Foz e a a Ponte do Freixo. Uma outra (e imprescindível) perspectiva da Cidade Invicta e dos seus encantos.

INFORMAÇÕES

Acessos
Para visitar a Ribeira pode descer a pé da Av. dos Aliados pela Rua Mouzinho da Siveira, o que o fará passar junto a pontos tão interessantes como a Estação de São Bento, com os seus famosos azulejos, o antigo mercado Ferreira Borges, obra-prima da arquitectura do ferro e o Palácio da Bolsa com fabulosa decoração. Há estação de Metro junto a São Bento. Da Praça do Infante parte o eléctrico 1 que percorre toda a marginal até ao Passeio Alegre (Foz).
Posto de Turismo do Porto (Ribeira)
Rua do Infante D. Henrique
Tel. 222 060 412

 

CONHEÇA AQUI AS 100 EXPERIÊNCIAS PARA VIVER EM PORTUGAL ANTES DE MORRER


Receba as melhores oportunidades no seu e-mail
Registe-se agora