EXPERIÊNCIA #42 – Centro Histórico de Guimarães

Encantos medievais

«Dizia-me muito mais ao coração a pureza simbólica daquela pequenez (a capela de São Miguel) do que a grandeza balofa do casarão rodeado de bricabraque (o paço ducal)». Miguel Torga, escritor.

O castelo e o paço ducal são peças-chave da mitificação estado-novista de Guimarães como berço da nacionalidade. Mas nada acrescentam à alma desta cidade minhota, muito mais expressa nas varandas de madeira das casas populares, nos arcos da Rua de Santa Maria ou nos Passos da Paixão de Cristo.
O Largo do Toural e a Alameda de São Dâmaso dão ao visitante que chega de automóvel uma primeira imagem do centro de Guimarães, feita de quarteirões bem conservados, ladeando largos espaços ajardinados. Mas, ao mesmo tempo, escondem o melhor da cidade: o esplendor da dupla praça (Largo de Nossa Senhora da Oliveira e Praça de São Tiago), as arcadas da Rua da Rainha e o pequeno labirinto medieval e quinhentista que se desenvolve entre a Rua de Santa Maria e a Rua das Trinas.
Sentados nas esplanadas, entre a Igreja de Nossa Senhora de Oliveira e as arcadas da Domus Municipalis podemos apreciar esta cidade que soube manter e valorizar aquela é a sua maior jóia: a harmonia do seu centro histórico, Património da Humanidade.

CURIOSIDADES

Fundadora ignorada – Há toda uma retórica construída à volta de Guimarães como berço da nacionalidade e de D. Afonso Henriques. Sabe-se hoje que esse discurso deixava de lado o papel-chave na génese de Guimarães da condessa Mumadona Dias que aqui mandou fazer no século X um mosteiro na parte baixa da vila de Vimaranes e na colina, um castelo para sua protecção. Estavam lançadas as bases para o papel decisivo que Guimarães teria na Idade Média.

Padrão do Salado – Monumento gótico, junto à igreja da Oliveira, foi mandado erguer por D. Afonso IV para assinalar a vitória do exército hispano-português sobre os mouros na última grande batalha da reconquista, a do Salado, a norte de Granada, em 1340.

Nossa Senhora da Oliveira – Sob esta invocação houve várias igrejas neste mesmo local. Da românica, mandada erguer pela condessa Mumadona nada resta, dando-se o mesmo caso com a reconstruida a mando de D. Afonso Henriques. O templo que chegou aos nossos dias guarda bastantes marcas da obra gótica feita por ordem de D. João I, em 1387, para glorificar a vitória de Aljubarrota.

Passos da Paixão de Cristo – São uma das surpresas que a parte antiga de Guimarães tem para quem a visita. Trata-se de oratórios com porta de madeira construídos nas paredes de casas antigas e espalhados pelo casco velho. Remontam ao século XVIII e em cada um deles a representação de um episódio da Paixão de Cristo é feita com figuras de madeira de gosto popular.

Igreja dos Santos passos – É uma das marcas da cidade. A sua esguia silhueta, com dupla torre avista-se da esquina da Alameda de São Dâmaso com a Rua Alfredo Guimarães, a caminho do Largo da Oliveira.
Centro Cultural Vila Flor – Instalado num palacete setecentista, a meio caminho entre o Largo do Toural e a estação ferroviária, na Av. Afonso Henriques, foi inaugurado em 2005, sendo uma das referências da vida cultural da cidade.

INFORMAÇÕES

Centro Cultural Vila Flor
Avenida D. Afonso Henriques, 701
Tel. 253 424700
www.ccvf.pt
Posto de turismo de Guimarães
Largo Cónego José Maria Gomes
Tel. 253 518 790


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