Jóia do romantismo
«Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a Itália, a Sicília, a Grécia e o Egipto e nunca vi nada que valha a Pena. É a coisa mais bela que tenho visto. Este é o verdadeiro jardim de Klingsor – e, lá no alto, está o castelo do Santo Graal». Richard Strauss, compositor
Sintra é das terras portuguesas mais referidas na literatura de viagem internacional. E isto, mesmo antes de Lorde Byron ter cantado o «glorioso Eden» da serra, em meados do século XIX. A jóia maior deste vasto património, distinguido pela UNESCO, está fora da vila e no alto da serra. É o Palácio da Pena, rodeado por um vasto parque que, por si só, justificaria a visita.
Sobre as ruínas de um convento dos frades jerónimos, D. Fernando II, marido da Rainha D. Maria II mandou erguer, a partir de 1840, um palácio que, ainda hoje, surpreende. Fá-lo, logo ao longe, agora que voltou a ser pintado com as cores originais.
A traça do palácio coube ao compatriota do rei, o arquitecto alemão Von Eschwege. Expressa, de forma exuberante, o gosto romântico da época, misturando elementos neo-góticos e neo-manuelinos com outros, de inspiração oriental. Os diversos corpos e terraços estão, em parte, revestidos a azulejos de matriz hispano-árabe. Destacam-se o Pórtico do Tritão, alegoria à criação do mundo e uma réplica da Janela da Sala do Capítulo do Convento de Cristo.
CURIOSIDADES
Parque excepcional – A rodear o Palácio da Pena há um extenso parque com 200 hectares, onde D. Fernando e seus colaboradores introduziram numerosas espécies exóticas, criando um coberto verde que só encontra igual em Monserrate ou na distante Mata Nacional do Buçaco. Entre estufas, lagos, bosques e canteiros floridos é um nunca acabar de recantos onde, com facilidade, se passa um dia inteiro, esquecido do correr dos ponteiros do relógio.
Altar escondido – Quando se realizaram as obras do Palácio nem todo o antigo convento estava em ruínas. A capela aproveitou a já existente, integrando um fantástico retábulo em mármore e alabastro que se pensa ter sido esculpido por Nicolau de Chanterenne (também autor do retábulo da Sé da Guarda), por encomenda de D. João III, em 1532.
O adeus da última rainha – Foi na Pena, tradicional residência de Verão da Corte, que D. Amélia, viúva de D. Carlos, passou a sua última noite em Portugal, a 5 de Outubro de 1910, após abandonar Lisboa, onde estalara a insurreição republicana. Espereva-a o iate real na Ericeira e o caminho do exílio.
Castelo medieval – A subida à serra para visitar a Pena faz com que, quase inevitavelmente, se passe à porta do Castelo dos Mouros. Reconstrução dos Monumentos Nacionais nos anos 40, é uma alegoria à fortificação tomada por D. Afonso Henriques. Lá de cima, a vista sobre a serra, o oceano e a vila de Sintra é inesquecível.
INFORMAÇÕES
Acessos
A Linha de Sintra assegura ligações regulares e rápidas a partir de Lisboa. Há ligação por autocarro para a Pena a partir da estação de Sintra
De Lisboa a ligação a Sintra faz-se pelo IC19. Na subida da serra, o trânsito está condicionado, fazendo-se num só sentido para evitar engarrafmentos. Siga as indicações existentes.
O Parque da Pena é gerido, tal como o de Monserrate e o dos Capuchos, pela sociedade pública Monte da Lua.
Palácio Nacional da Pena
Tel: 21 910 53 40
Parques de Sintra – Monte da Lua
www.parquesdesintra.pt
Tel: 21 923 73 00
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