EXPERIÊNCIA #33 - Museu Nacional de Arte Antiga

Cimeira de quadros

«Na galeria de pintura, além dos artistas nacionais, estão representadas a escola espanhola, italiana, alemã, holandesa e flamenga.» José de Figueiredo, historiador e crítico de arte.

Bastava estarem aqui expostas «As Tentações de Santo Antão», de Bosch, para este local ser de visita obrigatória. Mas não. Também há o «São Jerónimo» de Dürer. E, como se tudo isso não bastasse, lá estão os extraordinários «Painéis de São Vicente» de Nuno Gonçalves. É a pintura antiga ao seu mais elevado nível.
Depois disto, que mais se pode dizer deste museu lisboeta? Que muito do espólio dos conventos portugueses, entregues ao abandono após a extinção das ordens religiosas, em 1834, aqui acabou por vir ter. Incluindo, para além da pintura, que é a trave-mestra da colecção, ourivesaria, cerâmica, tapeçaria e mobiliário. Tudo isto, entre o século XII e o século XVIII, ainda que também existam peças oitocentistas.
Finalmente, a localização: um morro sobranceiro ao Tejo, dominando a Rocha do Conde de Óbidos e donde se avistam Almada, a ponte e os barcos no Tejo, para além de um aspecto geral da zona ribeirinha lisboeta, do Cais do Sodré à Madragoa e Alcântara.

CURIOSIDADES

De palacete a museu – O edifício do Museu de Arte Antiga está instalado no Palácio Alvor, mandado construir por D. Francisco Távora, primeiro conde de Alvor, em finais do século XVII. Alterado nos séculos seguintes, foi adquirido, em 1884, pelo Estado para albergar o espólio, em risco, dos conventos. As impressivas janelas verde-escuras acabaram por dar o nome à rua.

Elogiado no estrangeiro – A riqueza do espólio deste museu fez com que, desde há décadas se multiplicassem as referências favoráveis por toda a Europa. Émile Bertaux escreveu tratar-se «de um dos primeiros museus da Europa para a pintura do século XV e XVI». Acrescentou, a propósito dos painés de Nuno Gonçalves, que se estava perante «um dos santuários da arte primitiva». Martim Hume refere-se a «um repositório de ourivesaria medieval como não há superior na Europa».

Heranças ilustres – «São Jerónimo» de Dürer foi oferecido pelo mestre alemão ao feitor português em Antuérpia, Rodrigo Fernandes, em 1521. Já o tríptico «As Tentações de Santo Antão» foi adquirido na Holanda por Damião de Góis. Quanto às tábuas de Nuno Gonçalves, da autoria do pintor régio de D. Afonso V, foram pintadas em 1460. Até começos do século XVII estiveram expostas na Capela de São Vicente, na Sé Catedral de Lisboa. Guerra Junqueiro chamou a este artista «o Fernão Lopes da nossa pintura».

INFORMAÇÕES

Acessos
Pela estação de Santos da Linha do Estoril
Pelos eléctricos 15 e 18 que passam na Av. 24 de Julho, bastando subir as escadarias junto às instalações da Cruz Vermelha Portuguesa.
Museu Nacional de Arte Antiga
Rua das Janelas Verdes
Tel. 213 912 800

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