EXPERIÊNCIA #17 - Marvão

Ninho das águias

«O que, sobretudo, encanta aqui é o ar, de uma pureza inexcedível, e o impressionante e grandioso panorama que se descobre da torre de menagem». Raul Brandão, escritor.

Situada no alto de uma escarpa a 862 m de altitude, Marvão avista-se de longe para quem venha de Nisa ou de Abrantes. É uma das mais bem preservadas vilas fortificadas portuguesas e uma das jóias do património do Alentejo. Não é uma mera vila-museu, possuindo vida própria. Lá no alto não faltam restaurantes nem unidades hoteleiras.
Das muralhas tem-se uma verdadeira perspectiva de avião. Avistam-se as serras da Estrela e da Gardunha (para norte) e de São Mamede (a sul). Vêem-se terras de Espanha, para além de Castelo de Vide, Nisa, Póvoa e Meadas e a respectiva barragem. Para oeste, em dias claros, o ponto branco no horizonte é Estremoz. Bem diziam os romanos que esta crista estava acima do vôo das águias.
Mas Marvão é muito mais que um mero miradouro. Mal andaria quem não aproveitasse a viagem para um passeio pelo labirinto de ruelas e escadinhas da vila. É uma verdadeira viagem no tempo, entre igrejas, portais antigos, arcos góticos e chaminés tradicionais. Uma lição de arquitectura, tanto erudita, como popular, muitas dezenas de metros acima da planície.

CURIOSIDADES

Torre à beira-rio – Venha de onde vier, o visitante, inevitavelmente terá de passar na povoação de Portagem, na base do monte onde se situa Marvão. O nome deve-se à cobrança do direito de passagem aqui feita nos tempos medievais, a quem cruzasse a ponte sobre o rio Sever. Para o impor pela força, uma atalaia fortificada, ainda hoje bem conservada.

Subida a pé – Uma opção interessante para quem tenha tempo e goste de passear a pé é subir, não de carro pela estrada asfaltada, mas por uma das várias calçadas medievais existentes na região. Esta arranca perto da ponte e da torre medeivais e sobe em sucessivas curvas, pelo meio de castanheiros, azinheiras e carvalhos. Uma ascensão que, podendo ser cansativa, é revigorante para o corpo e para a alma.

Acima das aves – A diferença de cota entre a vila amuralhada e a planície é de tal forma impressionante que não faltam expressões curiosas para a descrever. Para os romanos, lá do alto voava-se mais alto que as águais. Já o ditado alentejano refere que da torre de menagem se podem ver os milhafres pelas costas.

Pontos a visitar – A entrada na vila intra-muros faz-se, inevitavelmente, pelas Portas de Santo Antão em cujo exterior será prudente parar o carro, dada a falta de espaço na zona antiga. A Rua de Cima dá acesso ao Largo do Pelourinho. A partir daí poderá ser uma boa opção passar pelo arco e começar a subir a Rua de Santo António, a caminho da igreja com o mesmo nome. Veja a antiga Casa dos Governadores, as muralhas do castelo medieval e aprecie a dimensão da cisterna – não era pela sede que os defensores poderiam ser vencidos. No Largo de Santa Maria não deixe de ver o curioso Museu Municipal.

INFORMAÇÕES

Acessos
Para aceder a Marvão vindo de sul pode percorrer a A6 ou a EN4 até Estremoz e o IP2 até Portalegre. A partir daqui tome a EN246 até à vila-museu. Ao chegar às muralhas, junto às Portas de Santo Antão, lá no alto, estacione o automóvel e faça o resto da visita a pé.
Vindo de norte ou mesmo de Lisboa, pode percorrer a A23 até ao nó de Gardete (barragem do Fratel), tomando aí o IP2, direcção Portalegre, mas divergindo para Castelo de Vide (EN246) e Marvão (EN246-1) em Alpalhão.
Posto de Turismo de Marvão
Tel. 245 909 131

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