EXPERIÊNCIA #13 - Praça Forte de Almeida

Defensora de Riba-Côa

«Em Almeida respira-se história. Portugal é uma terra de soldados e também aqui se fez a história de Portugal»
Coronel Ribeiro Faria

A fortaleza de Almeida é uma jóia da arquitectura militar setecentista. Situada na margem direita do Côa, entre Castelo Rodrigo e Vilar Formoso foi, durante séculos, a chave da defesa das terras de Riba-Côa. Sofreu importantes cercos, quer durante a Guerra dos Sete Anos (século XVIII), quer durante a III Invasão Francesa (1810/11). Neste último caso, as explosões ocorridas na praça deixaram marcas ainda hoje visíveis.
As muralhas formam uma estrela de 12 pontas, com seis baluartes e outros tantos revelins. É envolvida por um fosso de 12 m de largo, ao longo de um perímetro de 2,5 km. Guarneciam-na 5.000 homens e possuía mais de uma centena de bocas de fogo de diversos calibres. Dispunha de compartimentos à prova de bomba e tudo o mais para resistir a longos cercos.
Para melhor apreciar o imenso esforço defensivo aqui levado a cabo, vale a pena percorrer a pé todo o perímetro fortificado, seja pelo interior do fosso, seja pelo topo dos baluartes e cortinas de muralha. Obras de recuperação realizadas no quadro do Programa das Aldeias Históricas devolveram a Almeida alguma da grandeza passada.


CURIOSIDADES

Herança de Alcanizes – O tratado de Alcanizes (1297) ratificou as conquistas fronteiriças feitas por D. Dinis, designadamente na margem direita do Côa. Se o território nacional cresceu para leste, a defesa da fronteira deixou de se basear no vale do Côa para se apoiar numa série de castelos na raia seca: Castelo Rodrigo, Almeida, Sabugal, etc. Uma fraqueza estratégica denunciada por militares seiscentistas como Brás Garcia de Mascarenhas, defensor de Alfaiates, que dizia: «Este defeito tem Riba Côa que mal se pode defender, por lhe ficarem detrás os castelos que haviam de estar adiante».

Retardar os invasores – Espanhóis e franceses perderam semanas preciosas diante das muralhas de Almeida. Em 1762, retardou o projectado avanço dos hispano-franceses na direcção de Coimbra e de Lisboa, dando tempo ao Conde de Lippe para reorganizar as tropas portuguesas e impedir a progressão sobre a capital. Em 1810 o marechal Massena demorou-se mês e meio em Almeida e quando, após ser repelido no Buçaco quis marchar sobre Lisboa, chegou o Inverno e encontrou os portugueses e ingleses bem entrincheirados e alimentados nas Linhas de Torres e nada pôde fazer senão retirar.

Portas duplas – Nas duas portas da fortaleza tudo estava reforçado para resistir aos cercos. Havia uma porta exterior sob o revelim (obra avançada de defesa de planta triangular), enquanto a interior era rasgada num pano de muralha entre baluartes. Tanto num caso como noutro as portas correspondem a túneis, barrados nas duas extremidades e que podiam funcionar como uma armadilha para os atacantes, já que podiam ser alvejados a partir de aberturas nas paredes e no tecto. À porta exterior segue-se uma ponte de pedra e nova porta com o respectivo túnel em curva.

INFORMAÇÕES

Posto de Turismo de Almeida
Portas de São Francisco
Tel. 271 574 204
Acessos
Almeida fica 14 km a norte de Vilar Formoso e 40 km a noroeste da Guarda, fazendo-se o respectivo acesso pela A25 e pela EN340. 

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