Alguém tinha de o dizer. Anda meio mundo a enganar o outro meio com esta febre das corridas. Factos de Treino, o nosso blogger convidado desta semana, correu uma meia-maratona e compara o sofrimento às dores de parto. E promete não repetir a graça.
por Factos de Treino
Mentira. Na verdade, estou a generalizar demasiado e, como sempre nestes casos, isso acaba por ser muito injusto.
Correr para os braços dos nossos pais é espectacular. Correr para apanhar os nossos filhos é maravilhoso. Correr para agarrar a um grande amor é lindo. Correr para não perder o avião que nos levará naquela viagem de sonho, é emocionante. Correr para não ser o último a mergulhar no mar, uma diversão. E pronto. Tirando uma ou outra situação deste género, parece-me que é tudo.
Agora... correr por desporto, só naquela de somar uns kilómetros nas pernas, sem perseguir uma bola para fazer o golo que nos dará a vitória ... não me lixem. Correr para manter a forma e poder esfregar tempos de sonho na cara de badochas como eu, pior ainda!
Acreditem no que a experiência deste gordo vos diz. Há uns tempos resolvi correr uma meia maratona para comprovar tudo isto e assim foi. Perdi para velhinhas de andarilho, para um homem que não tinha uma perna (que carinhosamente apelidei de Meio Pistorius) e para algumas pessoas que iam tendo tromboses consecutivas à minha frente. Perdi para essa gente toda mas cortei a meta.
E fi-lo com algumas certezas. A certeza de que jamais me voltaria a meter naquilo, a de que não é à toa que não nasci queniano e, por último, a de que as dores de parto não devem ser muito diferentes daquilo.
Vinte e dois quilómetros!? Só com epidural.
O autor e o blogue
Factos, autor do blogue Factos de Treino, prefere manter-se no anonimato. E basta ler algumas linhas daquilo que escreve para se perceber porquê. Estranho é haver quem o leia sem vergonha de admitir. De Lisboa, casado, pai de dois, chegou a ser conhecido pela relação tórrida que teve com Sofia Vergara, boato que parece ter sido lançado pelo próprio e nunca chegou a ser desmentido pela actriz. O seu pardieiro abriu portas há três anos e não se pode queixar da clientela. Fala de tudo um pouco, na maioria das vezes, sem dizer nada de jeito. Mas não parece preocupado com isso porque, na verdade, nem tudo é o que parece.
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