Dançarte no Mónaco - Caxias

Danças com sabor.

O mítico restaurante Mónaco renasceu das cinzas. A proeza não tem grandes segredos. O chef até dá a receita: manter o charme, actualizar a cozinha, adicionar uns pós de ritmos calientes e contar aos amigos.

Alegrem-se os saudosos e revivalistas, o Mónaco está de volta. Sim, falamos do antigo restaurante junto à Marginal, em Caxias, que nos idos anos 50 fazia as delícias da mais distinta aristocracia dançante. Aqueles tempos prestavam–se aos bailes formais, de vestimenta a rigor e orquestra a acompanhar. Candelabros e jóias reluzentes emprestavam ao local uma aura de principado monegasco, havia ritmo e glamour "hollywoodesco".

E é esse o espírito que hoje se resgata, garante o novo proprietário, Luís Quaresma. Sob a alçada da escola Dançarte desde Dezembro passado, o Mónaco anuncia uma nova era. Os cenários mantiveram-se intocados e nostálgicos, apenas com as obras indispensáveis para manter o património de charme associado ao espaço. Para trás ficou a gastronomia francesa que o espírito dos tempos se quer mais lusitano e as iguarias também.

A cozinha é de autor, assinada por Frederico Gama, que com passos seguros nos conduz por uma ementa bem temperada: Sopa de coelho bravo com castanhas, Perdiz brava estufada sobre tostinhas e chutney de enchalotas e uvas, Bacalhau corado sobre grelos e puré de grão de bico, Muro de chocolate com praline de amêndoas e passas com molho de café ou Tarte de alfarroba são apenas alguns exemplos do que há para embalar o paladar.

Depois, e se o pé ainda não estiver a marcar o compasso ao som da música de fundo, arraste-o até à pista, junte-se aos Grimaldi que dão nome às várias salas e lance-se em grande estilo num tango ou numa valsa. Não pesca nada disto? Nós perdoamos-lhe a falta de habilidade plebeia. Mas já agora aproveite para aprender uns passos com quem percebe do assunto: o novo Mónaco também é escola de dança.

Bárbara Bettencourt 2008-04-23

Receba as melhores oportunidades no seu e-mail
Registe-se agora