O percurso faz-se numa tarde. Mas se a ideia é ir a banhos, vale a pena perder mais tempo a percorrer a costa entre Comporta e Melides. Almoçar no Pego ou no Carvalhal convida à preguiça nas esplanadas e, para quem gosta de aventura e praias desertas com mar a perder de vista, os caminhos de areia por entre as dunas reservam boas surpresas.
O passeio começa na Comporta e a ideia é continuar até Melides. Coisa pouca, se o percurso for feito por estrada: 27 minutos de carro, segundo os cálculos do Google Maps. Mas meia hora é só o tempo de tomar o primeiro café com vista para o mar. O pedaço de costa alentejana entre as duas povoações tem muito para ver e é preciso deixar correr o relógio para o descobrir.
As primeiras dicas de passeio
Na Comporta, antes mesmo de chegar à praia, vale a pena percorrer o casario para ver a igreja, pintada de branco e azul a lembrar que é Alentejo. Ou parar no Museu do Arroz, antiga fábrica agora transformada em espaço evocativo da faina e também um restaurante. Depois, é no extenso areal de areia branca, frente ao mar azul esverdeado que apetece ficar mais tempo –debaixo de um chapéu de colmo ou recostado no puff de um dos bares, a beber um sumo de frutas.
A praia tem estacionamento, é vigiada e tem todas as infraestruturas, tal como o Carvalhal ou o Pego, mais abaixo no percurso. Mas os locais sabem que há alguns tesouros intactos entre estas duas paragens. “Vire para Brejos da Carregueira e siga os caminhos de terra”, indica um transeunte.
Sigo o conselho e perco-me por entre campos de arroz. A paisagem compensa, mas temo pela suspensão do carro. “Vira à esquerda na antiga bomba, à direita e depois vai a pé”, dizem-me no Café do Gervásio. Assim faço e rapidamente descortino entre as árvores, quase tapada de areia, uma passadeira de lajes de cimento que me guia por entre as dunas.
Helena Viegas 2009-07-08