Cró Hotel Rural – Sabugal

Água, pedra e bracejo entre bosques e serranias

Abraçado às termas do Cró, este hotel de quatro estrelas é um descanso e ao mesmo tempo um desafio. Entre portas, a piscina hidrodinâmica, as banheiras panorâmicas e o restaurante convidam a desfrutar o espaço mas lá fora também há muito para descobrir, a pé ou em passeios mais longos até às serras e aldeias vizinhas. O melhor de dois mundos, servido com uma porção de modernidade e outro tanto de tradição beirã.

Quem se faz à estrada pela N234, o bucólico caminho que liga o Sabugal ao Cró Hotel Rural, dificilmente imagina que ao virar da curva vai encontrar um edifício arrojado, quase futurista, a fazer lembrar um grande cubo em aço galvanizado. Este modernismo acaba, inevitavelmente, por marcar a primeira impressão de quem chega, mas basta um olhar mais atento para percebermos que neste alojamento também há lugar para elementos mais tradicionais, a começar pelo granito colocado junto à entrada.

Lá dentro volta a acontecer o mesmo mas desta vez é o bracejo que assume protagonismo. Esta planta local, há muito utilizada na produção de artesanato, foi reinventada por um atliê de artesãos de Sortelha e o resultado (peças de autor) está a vista de todos logo na receção, decorada com cestos de pão, candeeiros e até um banco construído com este material. Numa das paredes (também em granito) sobressaem ainda 12 chinelos em pano, cada um representativo de uma Aldeia História de Portugal, como que desafiando os hóspedes a partirem à descoberta do património da região. Mas antes, vale a pena desfrutar de cada recanto do hotel. Vamos conhecê-los.

Pouca rede, muito conforto

O alojamento deste quatro estrelas, inaugurado no verão de 2015, está distribuído por 30 quartos (26 duplos e 4 suites com varanda) onde a madeira é quase omnipresente. O chão, paredes e teto, mas também os roupeiros e restante mobiliário, tudo com este material, dão um ar acolhedor e confortável ao espaço, enquanto a ausência de decoração lhe acentua o caráter minimalista. Mesmo assim, não faltam um ou outro apontamento mais tradicional, como o porta-revistas em bracejo ou a manta estendida ao fundo da cama.

Curiosamente, a área mais marcante do quarto é mesmo a casa de banho, não só pelo modernismo das paredes em concreto (espécie de cimento afagado) mas sobretudo pelas banheiras panorâmicas que convidam a um relaxante banho de imersão com vista para os campos em redor. Se o fizer, por certo que não será incomodado com o toque do telemóvel já que, por estas paragens, a rede é quase inexistente. Uns até agradecem, os outros podem contar com internet wireless e telefone fixo gratuito.

A saúde (e o relaxamento) pela água

Por estar integrado num complexo termal, o hotel é perfeito para os adeptos do termalismo, já que as águas do Cró são indicadas para o tratamento de várias doenças, sobretudo músculo-esqueléticas, reumáticas, respiratórias e dermatológicas. Mas nesse caso, os médicos aconselham que o tratamento dure cerca de duas semanas, ainda que possa ser dividido em dois períodos. A alternativa para estadias mais curtas (um fim de semana, por exemplo) é a área wellness Cró Corpus, com uma oferta completa que junta ginásio (cardio + kinesis), tratamentos de rosto e corpo, cabines de massagem, sauna e banho turco.

Todos os hóspedes do hotel têm acesso gratuito à piscina lúdica, provavelmente o espaço mais emblemático da unidade, graças a uma arquitetura invulgar que faz lembrar uma espécie de cone vulcânico, forrado a metal por fora mas quase todo em madeira no interior. Ao centro, o circuito hidrodinâmico com águas aquecidas (não terapêuticas) desafia os visitantes a experimentarem os jacuzzis e os jatos de massagem que fazem as delícias de crianças e adultos. Se houvesse um concurso para as melhores piscinas da região (e talvez mesmo do país) esta ficaria por certo entre os primeiros lugares.

Quem procura uma experiência total no hotel não deve deixar de conhecer o restaurante da unidade. Situado no piso térreo, é um espaço amplo e luminoso (sobretudo de dia) que aproveita uma grande superfície envidraçada com vistas para o exterior. Ao fundo da sala existe outra, desafiando-nos a espreitar a azáfama da cozinha. Mais uma vez, o espaço é partilhado entre o granito (nas paredes), a madeira do mobiliário (com design moderno) e o bracejo dos candeeiros suspensos no teto. À mesa chega uma gastronomia de inspiração regional (mas não só) com um toque de contemporaneidade e, sobretudo, muito sabor. 

Das margens da ribeira ao alto das serras

Se entre portas há muito para fazer, lá fora também não faltam motivos de passeio. Quem gostar de caminhadas, nem precisa de pegar no carro já que nos arredores do hotel há vários trilhos, como os que rodeiam as ruínas das antigas termas, cujo primeiro balneário foi construído em 1935, 75 anos antes do atual edifício. Nesta área mais escondida, situada junto à ribeira do Boi, irão ser construídos vários bungalows que prometem complementar a oferta turística da unidade, em breve classificada como eco-hotel.

Em cerca de trinta minutos (de automóvel) chega-se ainda a Espanha, à serra da Malcata (a Estrela fica a uma hora) e às duas aldeias históricas mais próximas – Sortelha, também no concelho do Sabugal, e Castelo Mendo, já no concelho de Almeida. Mais uma mão cheia de razões para escolher este hotel, que além de trazer nova vida ao Complexo Termal do Cró, também parece rejuvenescer todos os que o visitam. Será das águas terapêuticas, dos ares puros ou da simpatia das suas gentes? Não há nada como ir lá e descobri-lo.

Cró Hotel Rural

Morada:  EN 324, km 123, Rapoula do Côa, 6324-011 (Sabugal)
Telf.: 271 589 002
www.crotermas-hotel.guestcentric.net

Preço médio:
60€ (quarto duplo/janeiro)

Distância de Lisboa: 340 Km
Percurso recomendado: A1, A23, N233, M563, N324
Custo das portagens: 17.60€

Distância do Porto: 230 Km
Percurso recomendado: A1, A25, N324
Custos das portagens: 13,65

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