Carsharing e boleias

Por um ambiente melhor

Esqueça os hippies doidivanas de polegar levantado à beira da estrada. A boleia do século XXI vestiu-se de fato e gravata e tornou-se politicamente correcta. Também mudou de nome. Agora chama-se carpooling e jura que quer mais do que conhecer o mundo em clima de paz e amor. Proclama a sustentabilidade do planeta, a fraternidade entre os homens. Aos mais pragmáticos acena com poupanças mensais e um carro mais estimado no final do ano. Sobretudo, parece que é divertido.

Vá, deixe o medo de lado em nome de uma causa maior. Pode começar pelos colegas de trabalho. Organize um quadro de boleias na empresa. Depois passe aos vizinhos. As reuniões de condóminos nunca mais serão as mesmas depois de umas boleias com o 2ºesq, o 3ºdt e o 5º frente...

Quando se sentir mais intrépido arrisque os clubes estabelecidos na Web. Não queria sair da rotina? Para quem tem falta de tempo é o ideal: encaixa-se um pouco de imprevisto no trajecto para o emprego. Radical. Há alguns clubes de iniciativa particular na Web como o Carpool e o Deboleia ou o site da Universidade do Minho Kioto&Eu que também inclui camionistas e empresas de transportes. Quem parte só tem de publicar as coordenadas: “Saída de Lisboa para Aveiro. Dois lugares vagos. Rádio X. Fumador”. A eventual divisão de despesas e acordada entre as partes. Confira as condições de segurança nos sites e arranque para outras paragens.

A Galp é outra empresa a apostar forte nas boleias, através do GalpShare, um serviço de partilha de percursos associado à rede social Energia Positiva. Os utilizadores registados podem publicar anúncios com os percursos que desejam efectuar e partilhá-los com membros compatíveis com os seus requisitos.

Vamos no carro da Carris!

Algumas câmaras municipais começam a implementar incentivos ao carpooling, à semelhança do que se passa lá fora. A Fertagus, em Coina, no Barreiro, prevê espaços de estacionamento para carpoolers. Lisboa, Odivelas e Loures são outras autarquias interessadas em incentivar a partilha automóvel, desta feita através dos carros partilhados ou carsharing.

A partilha de carros de iniciativa pública consiste no aluguer de viaturas a vários condutores para pequenos percursos (uma hora mínimo) por tarifas um pouco inferiores às dos táxis. A Carris já adquiriu 10 veículos híbridos disponibilizados junto dos terminais de transportes públicos. O serviço chama-se Mob Carsharing e funciona através do cartão Lisboa Viva com preços a rondar os 0,33/Km nos carros citadinos. A adesão custa €50 anuais. A ideia é complementar a oferta dos transportes e reduzir o número de veículos na cidade.

Depois do emprego, o mundo

Quem viajou com o Nunes da Contabilidade e D. Rosalina do 6ºEsq. está preparado para tudo, até para viajar à boleia pelo mundo. Há alguns sites internacionais para este efeito como o Hirchikers e o Compartir.org. Se ainda tem dúvidas, troque ideias em digihitch.com, um site de partilha de experiências sobre boleias.

Bárbara Bettencourt 2009-09-16

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