Bocca Restaurante Bar – Lisboa

Cozinha gourmet de base portuguesa

Em pleno centro alfacinha, eis um local onde poderá desfrutar de uma confecção assumidamente gourmet dos melhores produtos nacionais, num ambiente moderno e leve, onde confluem o requinte e o informal.

Apreciar iguarias de qualidade superior não tem de ser sinónimo de ficar constrangido numa atmosfera pesada e intimidatória. Foi a partir desta convicção que faz agora um ano o Bocca abriu as portas no número 87 da Rua Rodrigo da Fonseca.

O projecto de remodelação do espaço ficou a cargo da arquitecta Sílvia Reina Costa que, ao recuperar a fachada envidraçada, conseguiu um duplo efeito: mergulhar o Bocca em luminosidade natural durante o dia e captar o olhar curioso dos transeuntes.

A decoração tem a assinatura partilhada da arquitecta e do mentor do projecto e dono do restaurante, Pedro Aragão Freitas. Abundam o branco e o castanho, o vidro e o espelho, num tom minimalista cortado por apontamentos de cor verde. A parede alva da entrada que se espreguiça pela sala de fumadores exibe várias linhas ondulantes em alto-relevo – uma obra do artista Pio Silva que conquista o olhar.

Na sala de não fumadores, um momento romântico do entardecer no Largo de Camões, imortalizado pela arte fotográfica diletante de Inácio Silva, preenche toda uma parede. Apenas um rectângulo de vidro recorta as fachadas centenárias e revela as técnicas do jovem chef Alexandre Silva. O apelido comum não é coincidência: pai e filho partilham da mesma sensibilidade artística, ainda que por áreas diferentes. Junto às enormes janelas que se abrem para o exterior, um apontamento estético, quais algas brancas, corta suavemente a translucidez crua do vidro.

Um restaurante para ficar...

O local foi escolhido por ser um atribulado centro de negócios e uma zona habitacional, garantindo um movimento constante, dia e noite. E a aposta não podia ter sido mais certeira. Mas desengane-se quem pensa encontrar engravatados camuflados atrás de enormes páginas de jornal, num ambiente tenso e ainda a mastigar ao abandonar o local.

Ana Abranches 2009-01-28

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