O Porto não mudou de lugar. Lá estão os Clérigos, a Sé, o casario da Ribeira, a Ponte D. Luís, os Aliados, a Foz, os museus de sempre e as mesas de renome. Porém, nos anos mais recentes há zonas que ganharam um novo élan.
A Baixa, outrora esquecida e deserta fora do horário de expediente, começou a ganhar cor e não faltam propostas para todos os gostos, numa verdadeira luta contra a corrente, à desertificação, à tormenta de obras em 2001 e no rescaldo da azáfama causada pelo Metro.
Depois da tempestade, serão estes os primeiros ventos da bonança? Para além da circulação fluida, assiste-se à formação de uma bolha criativa que pouco a pouco se foi apoderando dos edifícios repletos de História.
O epicentro desta nova centralidade instalou-se, ali bem perto da imagem ícone da cidade, a zona dos Clérigos. É o boom em torno da Rua Cândido dos Reis, com o Plano B (registo bd 404346) a assumir um protagonismo nunca antes visto por aquelas bandas.
Mesmo ao lado está a Rua Galeria de Paris, com um espaço homónimo que serve refeições do pequeno-almoço às tapas noite dentro, a programação da Casa do Livro e o espírito irreverente do Café au Lait.
Na Rua José Falcão, surgiu o Armazém do Chá, espaço descontraído que inclui salas de exposições e zona de concertos. Pelo meio apareceram as lojas de homenagem ao universo kitsch no rés-do-chão e os gabinetes de design e arquitectura passam a ocupar os andares superiores.
Mas definitivamente é a movimentação da noite que reorienta os holofotes. E agora novas propostas coabitam com os sempre históricos Aviz, Ceuta e Piolho, verdadeiros resistentes à debandada das universidades para outras paragens, mas locais onde ainda sabe bem pedir uma francesinha ou um fino, com especial encanto nos dias de jogo de futebol.
A atractividade da Baixa já levou a que o Era uma Vez no Porto se transferisse da Foz para a Rua das Carmelitas, a curta distância da Lello, local onde é obrigatório entrar, nem que seja só para apreciar a mais bela livraria do país.
Também a Leitaria Quinta do Paço não se deixou ficar para trás, modernizou-se e os éclairs com natas já podem ser saboreados na esplanada com vista para o Downtown Hostel, uma das propostas de alojamento mais em conta na Baixa
Andreia Fernandes Silva 2009-06-24
