Art du Fondue – Cais de Gaia

Para saborear pedaço a pedaço...

Barcos rabelo ancorados balançam ao sabor das embarcações que passam no Douro. A sé e a Ribeira estão de frente a olhar para nós mas já à Ponte D. Luís vendaram-lhe os olhos, coberta que se encontra por motivo de obras. E se o tabuleiro superior está encerrado ao trânsito, o inferior não e por isso se passa do Porto para Gaia e de Gaia para o Porto num abrir e fechar de olhos.

Estamos no Cais de Gaia, na primeira linha junto ao Douro sentados à mesa do Art du Fondue, um restaurante muito particular cuja especialidade já se encontra gravada no nome.

A decoração é moderna e o minimalismo faz-se sentir mas sem que por isso deixe de ser audaciosa. As cadeiras altas são um misto de contemporaneidade com inspiração setecentista, época aliás, da descoberta do fondue na Suíça. Nada ao calhas.

Seja como for, do ambiente pretende-se que seja informal, acolhedor e social, ingredientes indicados para uma refeição deste tipo. A esplanada é por demais convidativa mas o interior tenta em tudo ser transparente para que em nada fique atrás de uma experiência ao ar livre. Vidraças à volta de dois lados do rectângulo que é este restaurante cujo rosto deixa ver materiais como a madeira, o vidro e o aço.

Às tardes converte-se em salão de chá. A torrada fondue é muito cobiçada com os tradicionais molhos a serem substituídos por compotas. Ao almoço ou ao jantar, o fondue...

A tradição manda que quem deixe cair o pedaço que se encontra preso no garfo tem de pagar uma garrafa de vinho à mesa. Se tal acontecer a uma senhora, terá de beijar os restantes membros da mesa.

Por isso, quando vier a este restaurante pense bem em quem convida para companhia. O convívio do fondue passa também por isso, por alguma confusão em saber qual é o seu garfo e onde anda o pedaço que nos pertence.

Nesta casa há fondues para todos os gostos com alguns alimentos a serem apreciados em conjunto de tal forma que depois de provados parecem ter sido mesmo predestinados. Ora veja só.

A selecção de carnes deixa que se escolha um pato em vinho tinto, na de peixes aconselhamos a de diversos peixes. Também há a opção vegetariana - onde os legumes e o queijo fresco são as únicas escolhas - ainda de tempura e, claro, de queijo.

Fritos, isto é cozinhados em óleo, o tradicional, mas como nisto dos fondues ainda são possíveis algumas inovações, a opção de mergulhar o garfo em caldo de vinho tinto cozido (com ervas aromáticas) não deve ser excluída à partida.

Por fim, a última forma de cozinhar é com a ajuda de um fogareiro a carvão em que o cliente grelha o seu próprio alimento. A alternativa pode ainda ser a cozinha tradicional portuguesa, consoante o dia da semana e também há o prato do dia.

Nas sobremesas a coerência com a carta mantém-se. Fondue de frutos silvestres, chocolate, champanhe ou de gelado e fruta. Dos vinhos, pode dizer-se que as cerca de 50 ocorrências são de diversas regiões vitivinícolas e apresenta marcas sobejamente conhecidas com os néctares do Douro e Alentejo a serem os pontos fortes.

E para que a refeição seja tudo menos apressada, durante a semana o restaurante oferece o estacionamento. Não coma às pressas, deixe-se ficar.

Paula Oliveira Silva 2004-11-09

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