Fita métrica, tesoura, agulha, linha e precisão no corte. Mesmo quem nunca frequentou o alfaiate, sabe reconhecer que uma peça desenhada à medida por este artesão do tecido é um verdadeiro luxo. No dia em que se comemora uma das profissões mais nobres e antigas do mundo, convidamo-lo a visitar uma alfaiataria perto de si. Conheça a história, os truques e a arte de um fato único feito à medida… à sua medida.
Tão antigo como Portugal
Recordar as origens da alfaiataria em Portugal é quase contar oito séculos da História do nosso país. Por essa e muitas outras razões, no próximo dia 6 de Setembro reuna a família e recorde com os mais velhos como eram as idas ao alfaiate e explique aos mais novos a importância desta profissão na moda e no modo de vestir do homem.
Para o auxiliar nesta verdadeira viagem no tempo, deixamos aqui algumas dicas curiosas. Ao contrário de grande parte das expressões europeias, em português a palavra alfaiate deriva da expressão árabe Al-Kaiat, sendo que o verbo khata significa coser. Do latim, apenas herdámos a expressão sarcir – que se refere à técnica de remendar um tecido roto com outro pedaço de tecido semelhante – e que advém do verbo sarcire, que significa coser.
A mais antiga referência a este ofício remonta ao século XII, altura em que a profissão proliferava no reino de Portugal e dos Algarves e especialmente entre o povo judeu. D. Afonso V confiava as suas vestes aos dons do alfaiate Latão e D. João II, ao Mestre Abraão.
O peso e importância desta profissão na sociedade era tal, que o apelido Alfaiate baptizou muitas famílias, e a bela localidade de Alfaiates, na Beira Baixa, destacou-se no tempo e na História por ter desenvolvido durante a Idade Média uma forma de organização administrativa associada à profissão de talhar um bom fato.
A prova dos nove
À semelhança da ida das senhoras à costureira, os homens habituaram-se a frequentar o alfaiate sempre que o armário exigia uma nova peça de roupa, fosse ela um colete, umas calças, um sobretudo ou um paletó.
Raquel Pereira 2009-09-02