Tem castelo, vistas para Espanha e barcos que atravessam a fronteira.
À primeira vista até parece que estamos no Alentejo, com pessoas sentadas à porta de casa mas as chaminés rendilhadas devolvem-nos à verdadeira geografia. Estamos no Algarve. Alcoutim é uma vila simpática e pacata, que cresceu ao longo dos séculos na margem direita do Guadiana. E é justamente perto do rio, na zona da Praça da República, que se come bem e bebe melhor.
Talvez uma tarde seja suficiente para conhecer toda a vila, que apesar de pequena é bonita e conta com um espólio cultural considerável. Se preferir, é sempre aconselhável explorar os limites do concelho e empreender caminhadas por entre as searas de trigo até à barragem ou então alugar uma BTT. A zona é de serra, mas se pedalar devagar chega longe.
O Castelo de Alcoutim
Situado no cimo do monte com o Guadiana e Espanha à vista, o castelo constitui uma agradável surpresa. De fora, apenas se vêem as muralhas, que não deixam de ser enigmáticas. O que estará lá dentro? Há 20 anos não havia mais que ruínas, mas hoje foi totalmente reconvertido num agradável espaço.
O pátio, eximiamente ajardinado, tem sombras frondosas. E junto à muralha norte, foi construído um museu arqueológico onde se encontram uma exposição permanente com peças que vão do paleolítico até aos canhões medievais que serviam para defender o castelo. A entrada são 2,50 euros, e vale a pena o dinheiro, à parte do esforço de subir a pequena mas íngreme encosta.
Ir a Espanha e voltar por 2 euros
A cerca de 150 metros está San Lúcar de Guadiana, o pueblo espanhol fronteiriço. De ambos os lados do rio, duas embarcações asseguram a comunicação por 1 euro cada travessia.
A uma tão curta distância não deixa de ser curioso verificar como mudam os estilos arquitectónicos das casas, assim como o próprio chão de calçada de xisto, substituído por um irregular cimento andaluz.
N´Dalo Rocha 2011-12-20
