A etiqueta da saudação

Ser cavalheiro está na moda

“Bom dia. Como está?” É provável que repita estas palavras várias vezes ao dia, mas já alguma vez pensou no seu verdadeiro significado, na história que carrega ou no sorriso que pode provocar no outro? Conhecer a etiqueta da saudação não brota dos livros. Nasce em si e na vontade em querer que o mundo à sua volta seja mais simpático e generoso. “Foi um prazer conhecê-lo.”

Cada cabeça sua sentença

Um dos primeiros passos para se travar conhecimento com alguém está no cumprimento. Este momento delimitado por segundos pode dizer muito de si e da forma como deseja receber o outro. Um aperto de mão forte, olhar nos olhos e ser delicado podem ser cartões-de-visita valiosos uma promissora relação, pessoal ou profissional.

Já no tempo de Cícero se pensavam nestas coisas do cavalheirismo. Se não acredita, decore as palavras do mestre: simplicidade e sobriedade, dignidade e decoro, diplomacia e distinção. Contudo, terá ainda de recuar mais uns séculos para encontrar as origens de um dos mais emblemáticos cumprimentos humanos: o aperto de mão.

Crê-se que durante a era primitiva, um homem estendia a mão a outro para demonstrar que estava desarmado e vinha em paz. Também foi nos tempos das batalhas da Idade Média que surge o hábito de tirar o chapéu perante um conhecido. Um cavaleiro envolto numa armadura de ferro, erguia o elmo ou levantava a viseira para se dar a conhecer a um amigo.

A etiqueta refinou-se ao longo dos séculos, chegando mesmo a ser um quebra-cabeças para quem tentava segui-la à risca. Na corte de Luís XIV, existiam diferentes cumprimentos, conforme o estatuto social do interlocutor. Se fosse um homem importante, havia que se levantar o chapéu, para uma dama, retirá-lo completamente e para alguém de classe social inferior, apenas era necessário tocar na aba do chapéu.

Nos 4 cantos do Mundo

Nem só de classes sociais se faz a saudação. A história e a cultura de cada povo escrevem as linhas da sua própria etiqueta. Em certas tribos africanas, cuspir é uma saudação gentil de admiração para com o outro. Na Roma Antiga, os escravos e subalternos não tinham direito a cumprimentos afectuosos, pelo que deveriam prostrar-se perante o seu amo. Esta herança ainda sobrevive nalgumas culturas como certos povos da Arábia ou Índia, onde o costume de tocar com a mão no solo e depois levá-la aos lábios ou à testa é um hábito comum.

Mais afectuosos são os povos do frio, como os mongóis, lapões ou esquimós, que optam por esfregar o nariz em sinal de carinho. Porém, nalguns países asiáticos, esta proximidade é vista com maus olhos, por isso, opte por unir ambas as mãos e curvar-se quando saudar o outro.

Raquel Pereira 2009-11-18

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