Para além do nome ser o mesmo, não existe mais nada em comum com o famoso parque lisboeta, mandado plantar por Salazar. Até porque a aldeia de Monsanto, é mais antiga que o reino de Portugal, tendo sido conquistada por D. Afonso Henriques aos muçulmanos. Mas foi na década de trinta, quando venceu o concurso da aldeia mais portuguesa de Portugal, que ganhou projecção nacional. Tanto assim é, que do alto da torre do Relógio ou de Lucano, encontra-se a réplica do galo de prata, galardão que Monsanto ostenta orgulhosamente do dito concurso. Mas esta aldeia não precisa de facto de nenhum concurso para maravilhar quem cá vem. Argumentos não lhe faltam a começar pela vista. Situada num castro a mais de 750 metros de altitude, domina-se boa parte da planície do concelho de Idanha-a-Nova, a Serra de Penha Garcia, Espanha e quando está bom tempo, vê-se a neve na Serra da Estrela, a várias dezenas de quilómetros. Dos inúmeros miradouros, mas principalmente do alto do Castelo, a visão deixa-nos compreender melhor a geografia da região, fazendo-nos esquecer o pequeno esforço de subir um pouco a pé, até porque aqui é sempre a subir por ruas de calçada.
O Castelo
Este castelo, que foi um bom exemplo da arquitectura militar medieval, resistiu a invasões espanholas e francesas. E quando se pensava que não iria enfrentar mais nenhuma guerra, um raio atingiu o paiol de pólvora, em meados do século XIX, provocado um impressionante fogo de artifício. Hoje, restam as muralhas que estão bem preservadas, e a sua cisterna do pátio interior. E ao lado da mesma, a igreja de Santa Maria do Castelo, que normalmente se encontra fechada. Com cuidado, ainda se sobe até ao topo e, junto a um marco geodésico pintado de branco com riscas pretas, tem-se a melhor vista sobre a aldeia.
N'Dalo Rocha 2002-05-28
