12 Bistrô & Terrace – Lisboa

Sonho de uma noite de verão

Situado na cobertura do Eleven, o novo herdeiro do chefe Joaquim Koerper não faz sombra ao irmão mais velho em matéria de luxo e distinções Michelin mas ganha-lhe nas vistas, no ambiente descontraído e nos preços. Um e outro complementam-se pela diferença, com o 12 a receber protagonismo aos finais de tarde e jantares estivais. Aqui, as estrelas querem-se no céu.

Quem já desejou ir ao Eleven mas ficou intimidado com tanta exclusividade e preços a condizer que levante o dedo. Se foi o seu caso, há de gostar de saber que o grupo Thema (ex-Lágrimas) abriu outro restaurante no mesmo edifício, com um serviço semelhante e até com o mesmo chefe.

Um piso acima, mas vários euros abaixo, o 12 Bistrô e Terrace resgatou uma sala antes utilizada para eventos privados e destinou-lhe um novo propósito: dar a provar a qualidade e criatividade da cozinha de autor embora em pratos mais descontraídos e descomplicados, tal qual o ambiente proposto pelo novo espaço.

O objetivo é atrair um público jovem, urbano e curioso, que não deixa de ser exigente com o que come, mas prefere jantar fora mais vezes em vez de gastar todo o orçamento de uma semana (ou de um mês) numa só refeição. E neste caso até poderá passar por lá só para tomar uma bebida ao pôr do Sol ou partilhar umas tapas fora de horas.

Eleven+ 1 = 12

A entrada do 12 Bistrô e Terrace é exatamente a mesma do Eleven mas neste caso é preciso subir dois lances de escadas para chegarmos à nova sala. Quem já conhecia o vizinho de baixo fica desde logo surpreendido com as vistas, ainda melhores e mais abrangentes. O Parque Eduardo VII em primeiro plano, o castelo de São Jorge e o Tejo ao fundo e as mil e uma luzes de Lisboa compõem um cenário desafogado e quase onírico, capaz de rivalizar com os melhores miradouros da cidade.

Como não podia deixar de ser a sala tira partido ao máximo desta localização privilegiada, recorrendo a uma enorme superfície envidraçada que ocupa quase metade do espaço disponível, com capacidade para 50 lugares. E assim ficam todos a ganhar: o restaurante, que não precisa de amontoar todas as mesas à janela (como fazem muitos panorâmicos) e os clientes que, estejam onde estiverem, terão sempre uma boa vista por companhia.

Já a decoração e o mobiliário acompanham as linhas direitas e modernas do edifício, privilegiando os materiais nobres e as cores claras. Estas, além de oferecerem um tom sóbrio e elegante à sala também ajudam a neutralizar a riqueza cromática que nos chega lá de fora, feita do verde do parque, do azul do Tejo e do céu e do amarelo brilhante da iluminação pública.

Nelson Jerónimo Rodrigues 2013-05-16

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