Típica casa de agricultores abastados de finais de oitocentos, foi recuperada para se tornar alojamento de charme. Os quartos, todos diferentes, são temáticos e estão divididos em duas alas. Os históricos situam-se no piso superior do solar, enquanto os dedicados à arte popular ficam na zona nova. Mesmo quem não esteja alojado pode aproveitar para fazer uma degustação de vinhos e petiscos, na enoteca. A dois passos do Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, é um bom ponto de partida para se explorar a Rota do Romântico. Os mais destemidos podem aproveitar as águas revoltas do rio Paiva para fazer uma descida de rafting ou explorar a bonita paisagem do vale do Sousa de BTT.
Localização: CampoA casa remonta a finais do século XIX mas foi mobilada de forma leve e sem idade, transformando-se num alojamento de charme. A estadia pode fazer-se tranquila, à volta da piscina, sem grandes acelerações, mas são muitos os estímulos para atividades menos sedentárias. E, desde que o dia arranca, a comida tem um lugar muito particular. Por aqui cuida-se que ninguém parta sem ter conhecido diversos sabores da região, dos petiscos servidos entre portas a sugestões de rotas gastronónicas nas imediações.
O nome vem daquele que a história consagrou como homem de honra, nos primórdios da nacionalidade. O Mosteiro de Paço de Sousa fica aqui a dois passos, a guardar-lhe o túmulo desde o século XII, mas já lá iremos. Antes, façam-se as honras da casa que nos acolhe.
O Solar Egas Moniz abriu portas em março, depois de transformado em unidade de turismo de habitação. No entanto, a mudança não se deu apenas na serventia. A antiga casa senhorial de finais de Oitocentos manteve a traça original, bem como as paredes de granito e muito do chão de ripas, recuperado, mas mudou de atmosfera.
Perdeu uma certa austeridade que marca as casas dos agricultores abastados desta altura. Há um estilo provençal a marcar a decoração, onde sobressaem móveis claros e tons suaves. Mas, ainda que a inspiração possa vir de outras regiões, a todo o momento nos frisam o fabrico nacional de tudo quanto possível.
O acaso
Tornou-se propriedade da família ainda na década anos 90, por um mero acaso. Uma das donas propôs a venda a Júlio Vinha, comerciante com casa aberta em Penafiel, que se interessou pelo investimento. O negócio pleno ainda teria de esperar uns bons anos, para que houvesse acordo entre as partes vendedoras, mas tudo se foi compondo.
Era uma construção em ruínas, a exigir muito investimento, até que aos poucos começou a ganhar forma a ideia de a transformar numa guest house. A pesar na decisão estava o percurso profissional das filhas, Filipa e Iva, com carreiras ligadas ao turismo, mas também o gosto de bem receber que partilhava com a mulher, Conceição.
Desde que começaram a receber hóspedes que estão aos poucos, também eles próprios, a apropriarem-se do espaço e torná-lo a sua habitação. Mas pela forma como nos seduzem pelo estômago, dir-se-ia que esta sempre foi cozinha com muito uso. Chegámos em dia de jantar concorrido, com arroz de cabidela e arroz de pica no chão a disputar a ementa. Ambos de frango caseiro, ainda que só o último deixe claro no nome o crescimento em liberdade, a picar o que lhe chega ao bico.