A Ribeirinha de Colares apresenta-se como um conceito inovador na área da restauração, apresentando diferentes layouts de acordo com a hora do dia: ao almoço ambiente informal de Café-Bistrot, ao jantar restaurante com carta de requinte e, durante todo o dia, pode-se beneficiar dos serviços de cafetaria, doçaria, pastelaria e delicatesse. Possui ambiente caloroso para desfrutar dos sabores e ritmos caseiros.
Dia(s) de Encerramento: SegundasHá lugares que valem pela comida, apesar de serem tascos mal amanhados. Outros há que valem pelo serviço, decoração e ambiente. Porém, casas que premeiam a originalidade oferecendo simultaneamente um distinto leque de serviços com competência e qualidade, contam-se pelos dedos de uma mão. A Ribeirinha de Colares é uma delas, pois tem um bom serviço a preços simpáticos. Mas vamos por partes. Fica ali mesmo em Colares, num antigo atelier de pintura e nasceu há sete anos. A particularidade do espaço é que, para além do restaurante, oferece também os serviços de garrafeira, mercearia fina, charcutaria e também doçaria. Sem ser enólogo, por carolice, o proprietário construiu uma garrafeira de fazer inveja a quem gosta de vinhos. É com surpresa que após uma primeira revista às prateleiras descobrimos verdadeiras pérolas como são algumas das melhores referências do Douro e do Alentejo. Barca Velha, Duas Quintas ou o alentejano Pêra Manca, cuja garrafa ronda os 120€ e a caixa de três unidades o triplo da importância. São loucuras autênticas, ainda que encontremos vinhos mais modestos mas de qualidade reconhecida desde os 12€.
O curioso é que alguns destes vinhos também se encontram na carta e caso o cliente esteja interessado, basta adquiri-lo na garrafeira por um preço ainda mais barato. Ou seja, compensa! Na mercearia fina, compram-se os bons queijos franceses, as melhores pastas italianas, vinagres de Modena, bolinhos de cacau e chocolates importados. São motivos de interesse adicionais para quem visita a Ribeirinha. Mas não é tudo, pois também há a doçaria, com coisinhas deliciosas como tiramisú, ou a charcutaria com as alheiras de caça de Mirandela. Produtos de alta qualidade para quem aprecia os prazeres da mesa. Os almoços servem-se no rés-do-chão, no informal Café-Bistrot no qual a ementa é afixada diariamente no quadro de ardósia. Por entre os vários espaços, as mesas espalham-se sem que nos sintamos acanhados ou atravancados. Há um grande equilíbrio das volumetrias num espaço relativamente pequeno para tantas funções, o que é bom. Para almoçar temos, por exemplo, pratos apetitosos como vitela estufada com aipo ou risotto com cogumelos do bosque. São meias doses que rondam os 8 € o que quer dizer que com vinho e sobremesa não se gasta mais de 12€. A carta apesar de pouco diversificada, varia diariamente, e os pratos têm boa apresentação e execução. Como atenuante, fica a justificação de que à hora do almoço, nem sempre os 40 lugares rodam, o que já não acontece com a sala de jantar aos fins-de-semana. Passando para o primeiro andar, uma vez mais a decoração joga um papel preponderante, fazendo a ruptura com o ambiente do piso de baixo, ainda que a transição seja pacífica e esteticamente harmoniosa. Com cerca de 40 lugares também mas com uma área útil superior ao primeiro andar, o espaço sobeja.
Simplicidade e conforto proporcionado por umas cadeiras de verga e mesas amplas às listas vermelhas e castanhas claras com 80 centímetros de lado. A brancura das paredes contrasta bem com o tecto de pinho e é apenas interrompida por alguns óleos ou pela cristaleira rústica. Ao canto, a sólida prateleira de madeira exibe mais algumas boas garrafas de vinho como a Quinta da Pacheca e suas congéneres. O mote está dado e para realçar ainda mais o ambiente íntimo, são colocados durante o jantar pequenos candeeiros de mesa que proporcionam maior intimidade dos clientes. Para jantares mais românticos à luz de velas, só na bonita varanda pintada em tons laranja vivo com vista privilegiada para as encostas da serra de Sintra. Aos fins-de-semana é conveniente reservar se quiser fazer uma surpresa à sua cara metade. A lista de iguarias é bastante mais diversificada que a carta do almoço e, não obstante uma melhoria qualitativa, os preços rondam os 20€ por pessoa, muito adequados para casas desta estirpe.