Uma construção de madeira, à qual se chega através de um pontão de acesso (também ele de madeira) que se deita sobre a ria de Aveiro. Situado numa ilhota artificial, este restaurante foi inaugurado pela primeira vez em 1970. A segunda inauguração aconteceu em Julho de 2007. O nome manteve-se, mas o serviço mudou e a decoração seguiu-lhe os passos. Um espaço moderno e arrojado, decorado com uma aposta fortíssima em peças de design que lhe conferem um look clean e cosmopolita, a contrastar com o ambiente romântico da paisagem que o envolve e que é convocada não só para a esplanada (interferindo com a experiência gastronómica do próprio restaurante) mas também para a sala de refeições, através das paredes envidraçadas que marcam o estilo da casa. Ancorado junto à ilha, está um moliceiro que, durante os fins de semana, leva quem quiser a dar uma volta pela ria. A cozinha tem agora um toque francês por via dos novos proprietários.
Bar/Sala de espera: Bar e Sala de EsperaAncorado em cima da ria
É um dos espaços mais privilegiados da ria de Aveiro, situado num dos extremos da laguna, já no concelho de Ovar. A nova gerência introduziu-lhe sabores de outras proveniências e o encanto da paisagem continua a deslumbrar todos os que por lá passam.
As águas serenas da ria estendem-se no horizonte e ao longe avista-se a serra da Freita. A pacatez, embalada pela música calma, é apenas interrompida de vez em quando por um peixe a saltar na água ou pela passagem de uma ou outra embarcação à vela ou um moliceiro.
Mas não estranhe, de vez em quando, o sossego ser interrompido pelas vozes e risos vindos da EN327, artéria habitualmente percorrida por magotes de ciclistas e motoqueiros que passam em ritmo acelerado de um passeio até S. Jacinto, a pouco mais de 20 km de distância. Ao leme do Vela Areínho estão atualmente Jean Louis e Marie Laure, um casal de franceses que, numas férias pela região, se apaixonaram perdidamente pelo local e há dois anos decidiram mudar de vida e ali instalar-se.
Uma ida à ilha
O Vela Areinho está situado numa ilhota artificial em cima da ria de Aveiro, a 1,5 km da marina do Carregal, em Ovar. Ao lado mantém-se um resquício da praia fluvial do Areínho, um areal que foi perdendo o fulgor e a dimensão de outros tempos. O restaurante é também uma das memórias de todos aqueles que desde a década de 70 visitam a península que vai de Ovar até S. Jacinto.
Alheio à mudança de donos e marés, este recanto com uma paisagem soberba sobre a ria e as suas metamorfoses encontrou, agora no casal de franceses, os cicerones adequados para experimentar as melhores iguarias que o mar dá, sejam destas ou de outras paragens.
Pode começar pelas ostras, as gambas de moçambique ou os mexilhões galegos, mas também se aproveitam os sabores locais para introduzir um cheirinho francês como é exemplo nas enguias da ria servidas “à la Provençale” ou no fois gras que é também o acompanhamento do peito de pato e do tornedó Rossini.
E se dúvidas existissem na origem dos proprietários as marcas são evidentes: seja na ementa onde constam para além dos pratos já referidos, as galetones bretones, uma espécie de crepe de farinha salgada recheado, seja nas bandeiras que esvoaçam à entrada do espaço criado há quatro dezenas de anos pelo arquiteto Cruz de Lima.
Por ali também se serve costeleta de borrego com ervas da Provença, o rodovalho é servido em filete e sem espinha e as travessas do capitão e do almirante são iguarias de encher o olho. Nos aperitivos há kir royale e a piscina de Marie, os dois cocktails em destaque na carta.
O acesso ao espaço que funciona como restaurante, bar e esplanada, faz-se por uma pequena ponte de madeira. Já na ilha é habitual ser-se surpreendido pelas aves que por ali andam e gostam de caminhar nas pedras junto à ria.
O edifício onde predomina a madeira e o branco da mobília tem a forma de um posto de vigia de um navio e como é envidraçado, praticamente de qualquer lugar há vista para a laguna. Durante a manhã servem pequenos-almoços e à tarde pode ali instalar-se para um lanche, comer um crepe, waffle ou qualquer outro petisco.
E já agora, se ali for almoçar ou jantar, para além do crepe de framboesas e seu coulis ou da musse de chocolate, tem para sobremesa pão-de-ló de Ovar com sorvete de limão, uma homenagem ao doce tradicional da região.