No Sea Me o peixe e o marisco são as personagens principais. Se escolher peixe pode optar por comê-lo como petisco a qualquer hora do dia, ou ainda grelhado, cozido ou cru, neste último caso, em sushi. A cozinha não encerra e aos fins-de-semana o espaço transforma-se ainda em bar com um dj a tocar ao vivo. No Verão de 2011 apresentou uma refrescante novidade: o Oyster & Champagne Corner.
Bar/Sala de espera: BarÉ restaurante mas também é marisqueira, é peixaria mas também é sushi bar. O que os une? A charada pode parecer difícil mas só para quem ainda não conhece o mais recente restaurante de peixe de Lisboa, o Sea Me.
No princípio era o peixe
Uma viagem a Barcelona despertou o interesse de um dos sócios para a originalidade do conceito do cinco em um: restaurante de peixe mas também de sushi, marisqueira, peixaria e bar. A ideia pareceu demasiado apetitosa para não ser implementada em Lisboa e pouco mais de um ano passou até o SeaMe abrir portas a 16 de Novembro na zona do Chiado.
Mas se o conceito lhe pode causar alguma estranheza, na prática não há nada que saber. Basta escolher na montra dos mariscos logo à entrada, ou na dos peixes, ao fundo junto à cozinha, aquilo que deseja. Depois é só decidir se quer levar para casa, já arranjado, ou comer ali mesmo, grelhado ou cozido e acompanhado de legumes e batatas a murro, por exemplo, por apenas mais 3€ por pessoa.
De Peniche vem o peixe que diariamente varia consoante o que o mar dá. De Olhão e Setúbal chegam os bivalves e marisco (sapateiras, santolas, lavagantes...), os últimos com direito a viveiros próprios e à supervisão diária por parte de um biólogo. Estas iguarias saltam directamente para a carta que não se afoga em conceptualismos difíceis de perceber.
Cinco são os grandes temas: petiscos, marisco e peixe ao quilo, selecção de marisco (3 e 6 variedades, 25€ e 60€ respectivamente), peixaria à volta do mundo (exemplo do risotto de amêijoas, camarão e manjericão) e especialidades japonesas.
O chefe Filipe Rodrigues é o timoneiro. As sugestões nacionais estão dentro de uma sólida linha tradicional onde se enquadram os carapaus alimados com batatas de molho frio, as amêijoas à Bulhão Pato e a sopa rica de caranguejo com amêndoa. Mas há espaço para a inovação, caso do ménage à trois (tártaro de atum, salmão e bacalhau) e do choco frito com shisô em tempura preta.
À moda antiga, uma parede pintada de preto a simular um quadro de ardósia permite que se escreva os dois pratos de peixe do dia - a 9€ e 11€ - servidos exclusivamente ao almoço. Nós por cá optámos por um robalo de mar grelhado no ponto certo que não desdenhou a companhia do verde branco Dom Diogo 2010 da casta Arinto.
Mas como compete a uma marisqueira que se preze, também aqui encontra o prego da praxe, neste caso lombo em bolo do caco, o pão tradicional da Madeira. Outro arcaboiço é o presunto pata negra 5Jotas presente nos petiscos. E de carne estamos falados.