Um restaurante muito simpático que mistura o rústico com o bom gosto da decoração. As especialidades são maioritariamente à base de peixe. Para começar, experimente-se uma sopa rica do mar e, para a refeição, um robalo escalado. Se preferir carne opte por uma espetada de carne. O vinho aqui servido é das Azenhas do Mar.
Bar/Sala de espera: BarAzóia, povoação que venceu o desconhecimento a partir do momento em que o cabo da Roca passou a atracção turística, não faz parte do circuito de restauração de Lisboa ou Cascais. Mas está perto e isso é importante para quem aprecia sobretudo peixe de elevada qualidade.
Na última povoação antes de chegar ao local onde “a terra se acaba e o mar começa”, segundo declamou Camões, não há como não reparar no Refúgio da Roca. Conserva o carácter original da fachada, com a pedra à vista, apesar de durante anos e anos ter estado abafada pelo cimento, sem que se soubesse o que ali estava.
Nasceu como tasca-mercearia e tinha na codorniz frita o petisco-emblema da casa. Pitéu, aliás, que lhe valeu a fama. Com tamanho sucesso o seu proprietário e filho da terra, António, via a cor do dinheiro por pouco tempo já que de seguida o aplicava em melhoramentos. Recorda com simplicidade que o seu estabelecimento teve a primeira máquina de café da aldeia. Um luxo se recuarmos no tempo mais de 20 anos.
Um dia faltou a codorniz e por acaso surgiu a ideia da espetada de carne. Outro sucesso. No seguimento veio o peixe grelhado e aí já se sentia bem a chamar restaurante ao seu abrigo. Com o mar ao “virar da esquina” até apetecia. Eram os pescadores da zona que tão bem liam o tempo para se lançarem à faina, que lhe garantiam esta nova especialidade. A clientela começava a ser cada vez mais exigente com personalidades da política, da cultura e do desporto internacional a refugiarem-se na Roca. Jorge Amado e Ayrton Senna são apenas dois nomes, no meio dos muitos que aqui estiveram.
Seja Inverno ou Verão, o peixe é a especialidade da casa e é de tal forma fresco que quase salta do mar para as mesas. O robalo e o sargo são da costa, mas o restaurante mantém com a dourada, o linguado, o goraz, o pregado e ainda o salmonete uma relação de proximidade.
Outras especialidades se destacam como a Sopa Rica de Mariscos e as Espetadas de Lulas em Pau de Louro ou a da casa feita de carne. Penduradas num gancho e corrente sobre a mesa assim mesmo à moda da Madeira.
Nas carnes os Escalopes do Lombo com Molho de Vinho da Madeira ou o Cabrito Grelhado, são propostas convincentes. E apesar de saber que vai sair saciado não deixe de experimentar na abertura as Lulinhas ou as Amêijoas à Refúgio e até mesmo a Parrilhada de Mariscos.
Nas sobremesas, Tarte de Queijada de Sintra, Farófias e Bolo de Anjo que só pelo nome nos deve levar aos céus. A participar na refeição ainda o vinho. Cerca de uma centena e meia de néctares novos mas de qualidade compõem a carta. Ocorrências de todo o país e de Colares, é claro.
Pelo tempo frio, as paredes toscas, o tecto de madeira e a lareira são a imagem do que se chama refúgio. Rústico sim, mas com classe.