O restaurante está inserido num solar datado do século XVII, em Nelas, distrito de Viseu. Foi mandado construir em 1609 por D. Lopo da Cunha que, à traição à corte portuguesa, entrega o edifício aos Filipes de Espanha. Ainda hoje é possível ver marcas de apedrejamento, ocorridas durante esse período, no brasão da casa. História à parte, o Paço dos Cunhas de Santar foi considerado pela Revista de Vinhos como o melhor enoturismo de 2009. É um espaço que oferece uma gastronomia contemporânea, sempre baseada em produtos locais, e onde se pode aliar a descoberta pelos aromas do vinho.
Bar/Sala de espera: BarA povoação de Santar – que nasceu à volta de uma ilustre casa com o mesmo nome da localidade – soube manter, com o passar dos séculos, a aparência nobre das suas ruas e edifícios, excepção feita a um punhado de maus exemplos que, ainda assim, não chegam para demover os visitantes.
Foi numa dessas vetustas e sóbrias construções, o Paço dos Cunhas de Santar, que nos sentámos à mesa. Esta casa de campo do século XVII, mandada construir às ordens de D. Pedro da Cunha, servia para produzir azeite e armazenar fruta e vinho que seria vendido nos mercados do Porto.
Convertido em restaurante, este espaço é já, e apesar de recente, uma das referências gastronómicas da região. Os prémios surgiram logo no ano em que abriu com a Revista de Vinhos a eleger este local como Enoturismo de 2008, bem como Carlos Lucas - se não conhece fixe o nome - Enólogo do Ano.
Mas as distinções não ficam por aqui. Em 2009, quando a Wine Spectator (publicação de referência do sector vitivinícola a nível internacional) divulgou os melhores vinhos do Velho Continente, dos seis portugueses, quatro eram de Santar.
A envolvência
Uma esplanada situada no antigo terreiro da casa é um primeiro prenúncio... Se se fizer acompanhar por um grupo, as boas-vindas são dadas na sala a eles destinada onde os espera uma flute de espumante.
Pedro Mateus, o arquitecto responsável pela recuperação, firmou um compromisso de respeito pela tradição. O lagar, todo em pedra e situado num plano mais elevado, é um desses exemplos. Esta zona está agora destinada a eventos que comportam até 120 pessoas.
Uma exposição de armas e armaduras adorna as paredes de granito à vista. Todo o espólio foi retirado da vizinha Casa do Soito, um palacete setecentista rodeado de árvores com cerca de três séculos. Esta ilustre habitação, que fica na mesma propriedade que o Paço dos Cunhas de Santar vai, a curto prazo, tornar-se num hotel de charme.
Antes ou depois da derradeira experiência que é uma refeição aqui, passe pela loja de vinhos bem recheada e onde pode adquirir os rótulos do grupo Dão Sul/Global Wines, até mesmo os que não são desta região.