Casa ribatejana, de ambiente familiar e acolhedor, ganhou fama pela boa cozinha praticada. A ementa é rica e variada mas a grande especialidade da casa é o bucho de porco recheado.
Dia(s) de Encerramento: Sábados (Jantares), DomingosO nome de “Os Maias”, não tem nada a ver com a conotação queirosiana que sugere. Trata-se apenas do nome da família que explora esta casa, já uma referência de muito boa cozinha, por estas terras de transição entre o Ribatejo e o Alentejo.
Encontrá-lo é muito fácil. Seguindo a direcção do centro da vila, na sua rua principal, a Rua do Comércio, numa esquina um toldo bem visível, com o nome inscrito que identifica a casa. Segue a tradição que se repete pelas vilas desta zona do país. Tem à entrada o café e ao lado a sala de jantar. O registo é simples e acolhedor, que se confirma na simpatia do tratamento prestado.
Com um toque a lembrar que o Couço ainda pertence ao Ribatejo, visível nos sacos de pano que decoram a sala e nos vários cartazes de corridas de touros - estamos em plena zona de concentração de ganadarias - o recanto da sala torna-se agradável com os seus arcos em tijolo e o armário das louças a ajudar ao ambiente caseiro.
Tradição de bem comer
Uma vez à mesa, a surpresa começa na consulta da ementa. Os pratos do dia, entre quatro e cinco diferentes escolhas, chamam a atenção. Nos pratos fixos de peixe pode optar-se entre propostas tão apetitosas como a Massada de peixe, as Enguias fritas com arroz de tomate, a Açorda de bacalhau com ovo à moda do vizinho Alentejo, o Bacalhau cozido com grão e um inesperado e esmerado Arroz de línguas de bacalhau. Como se vê, uma oferta original, longe dos cada vez mais estereotipados exemplares de restauração que proliferam pelo país.
E o mesmo teor se encontra pelo lombo de porco recheado com presunto, o mesmo lombo grelhado que poderá parecer uma contradição pela banalidade, mas que não o é pela qualidade da carne, suculenta e temperada por mão experiente, atributos que se prolongam nas febras grelhadas e nos secretos, também estes executados à maneira, ainda na grelha.
Falta ainda referir as costeletas de borrego, um bom teste à perícia, comprovada, da cozinheira d’ Os Maias. Que até no simples bife de vitela brilha. Frito, temperado com muito alho e limão, acompanhado por um arroz de hortelã delicioso, companheiro ideal para o molho do seu bife. Que também pode, e deve, fazer-se acompanhar por umas belas batatas fritas na altura, inconfundivelmente caseiras. E uma salada de alface bem temperada com cebola e coentros.
E não é tudo. Basta um telefonema na véspera para ter acesso a um coelho especial (o tempo de reserva tem a ver com a perfeição do tempero); um pombo bravo estufado; migas de espargos; a sopa de feijão-frade à moda do Couço, referência da Cozinha Tradicional Portuguesa de Maria de Lurdes Modesto, e a um pernil assado.