O Poleiro pratica uma cozinha tradicional, com pratos típicos das várias regiões do país. Tem várias salas, embora pequenas, de ambiente simples e acolhedor, com boa apresentação. Serviço eficiente e profissional, numa casa que se revela uma opção sempre segura.
Dia(s) de Encerramento: DomingosO Poleiro é um bom exemplo de como se sabe manter uma qualidade de referência. Já lá vão mais de duas décadas que uma forte, embora pequena, presença de boa cozinha portuguesa tomou posse na rua de Entre Campos, no lugar onde existiu, na década de 50, uma venda de frutas, galinhas e perus com a respectiva licença, conforme documento apresentado na actual casa.
Trabalho de mérito
Como também é conhecido, foi-se tornando num lugar de culto para os apreciadores da boa cozinha regional e foi inevitável o seu crescimento. Transgredindo as regras, embora o aumento não tenha sido grande, o Poleiro manteve exactamente a mesma qualidade. E continua, mesmo assim, a ser difícil, encontrar um lugar sem reserva.
O trabalho dos dois irmãos de Moimenta, um na sala e outro no balcão, mantém o mesmo entusiasmo no atendimento, e na cozinha pode depositar-se total confiança. Da grelha, um dos atributos, visível, da casa, um misto de fumeiros com grelos, uma amostra (grande) de alheira Barrosã, chouriço de porco bízaro e morcela de Idanha, mostra muito da qualidade dos enchidos e do tratamento sábio destes nas brasas.
Passemos ao lado das variadas entradas com uma excepção para os bolinhos de bacalhau acabados de fritar, deliciosos e, contrariando a tendência dos símbolos da casa que são a manga de capote com chouriça Barrosã e a morcela à lavrador, o arroz de favinhas com entrecosto frito e a barriguinha de porco grelhada com massa e feijão, a “cozinha de panela” do Poleiro, todos eles de primeira, fiquemos, para variar e comprovar a frescura dos produtos utilizados, pela escolha da área piscícola.
Chamemos assim à mesa um arroz de línguas de bacalhau com coentros, a sua untuosidade preservada pela neutralidade da calda, apenas acentuada pelo toque dos coentros. Mas foi nas pataniscas, de camarão, suspeitas fora da tradição do bacalhau, que se fez notar maior a revelação. No contraste da carne dura do marisco com o polme saboroso com o seu toque de salsa, fritura no ponto, acompanhadas por uma açorda de ovas frescas de sabor intenso com o ovo misturado à vista do cliente, numa massa de pão saboroso tratada por quem sabe.