Restaurante de cozinha tradicional alentejana, com serviço de qualidade, em que a tradição dos comeres é respeitada e praticada como uma arte, que se transmite de geração em geração. Dispõe de três salas de refeições.
Bar/Sala de espera: NãoDa Praça do Giraldo para a Porta Nova, calcorreia-se a Rua João de Deus. Junto à Igreja de Santo Antão vamos descobrir no número sete um restaurante comprido mas não excessivamente grande, pois apesar das três salas, apenas lá cabem 50 comensais de cada vez. Há espaço para estarmos descansados, sem termos que importunar o vizinho do lado.
Amavelmente, o empregado senta-nos sem antes não deixarmos de reparar na decoração suave, nas paredes brancas que decoradas por algum quadro ou tapete de Arraiolos, transportam a luz a toda a casa.
Já refastelados nas cadeiras, começamos então a pensar no que petiscar. Enquanto estudamos a carta, não é de mau tom aceitar a sugestão do empregado que nos brinda com um Porto seco para abrir o paladar. É sempre bom ter alguém que nos dê bons conselhos.
A seguir, é a vez das entradas, como as amêijoas à Bulhão Pato ou a salada de gambas.
Seguem-se então os pratos regionais, onde se destacam para além da sopa de cação, o bacalhau dourado, as pataniscas de bacalhau com arroz de espinafres, as migas e o ensopado de borrego. Enfim, os bons paladares do Alentejo, pois apesar de um toque de sofisticação, o Antão tem uma cozinha regional, muito bem confeccionada.
Um dos aspectos que mais surpreende é a competência dos empregados, invulgar, mesmo numa casa deste nível. Todas as variáveis que conjugam a comida com o vinho são tidas em linha de conta para nos aconselharem a escolha acertada. Até dá gosto ser servido assim por alguém sabedor do seu ofício, ainda que a carta de vinhos seja apenas regional.
Contudo, desengane-se quem pensa que a oferta é pouca. Para além dos regionais, também se encontram as boas garrafeiras do Alentejo como, por exemplo, o Pêra Manca. Vale a pena, mas sem exageros, pois tal néctar recomenda-se para os verdadeiros apreciadores.
Finalmente é tempo de sobremesas e a encharcada do Convento de Santa Clara é sempre bem vinda, especialmente se acompanhada por um licor de poejos.
A música ambiente faz-nos companhia, ligeira e de bom gosto, do estilo António Carlos Jobim. Provavelmente a tendência deve provir do proprietário, músico nas horas vagas, e que durante a década de oitenta tinha uma loja de discos naquele mesmo espaço. Depois enveredou pela restauração. Sábia decisão, pois o Antão é daqueles lugares que apetece repetir.
REPORTAGEM ACTUALIZADA EM OUTUBRO DE 2009