Inserido no Hotel Villa Aljustrel, inaugurado em fevereiro de 2013, o restaurante Fio D´Azeite presta homenagem à cultura gastronómica alentejana. As carnes da melhore qualidade das planícies da região juntam-se às ervas que abundam no território e a outros produtos que constituem a riqueza da mesa alentejana tradicional.
Tipo de Restaurante: PortuguesaO melhor do Alentejo vem sempre ao de cima
Situado no Hotel Villa Aljustrel, este restaurante presta homenagem à cultura gastronómica alentejana e aos produtos que lhe dão sabor, como o azeite, o pão, as ervas aromáticas ou as carnes da planície. Na cozinha do chefe David Marques nasce uma imensidão de sabores, harmonizados com vinhos da região e servidos num ambiente sofisticado mas descontraído. Venha descobrir como é um alentejano com os azeites…
Vila de mineiros por excelência, há muito que Aljustrel se habitou a encontrar no solo as suas maiores riquezas. O cobre e o zinco trouxeram-lhe a fama mas quem lhe dá o proveito são os produtos da terra que servem de base à cozinha alentejana, principal chamariz dos restaurantes locais. Mesmo assim, tal como acontece como os minérios, é preciso saber onde procurar os pratos mais puros e preciosos. No Fio d’Azeite estão lá todos e mais alguns.
O restaurante do hotel Villa Aljustrel abriu portas em maio de 2014 (ano e meio depois da unidade hoteleira) e rapidamente se tornou numa referência do concelho. Está aberto a todos (hóspedes e não só) mas para lá chegar terá de passar primeiro pela receção, espécie de antecâmara para um espaço em tudo surpreendente, do ambiente e decoração ao serviço e gastronomia.
Simplicidade temperada com azeite
Quem está habituado aos típicos restaurantes alentejanos, decorados com alfaias agrícolas, tapetes de Arraiolos e olaria de Redondo, há de ficar surpreendido com o Fio d’Azeite. Ao contrário de muitos, onde a longevidade parece ser um posto, este faz da simplicidade e da elegância o seu principal cartão-de-visita. O branco predomina em quase todo o espaço, dos tetos e cortinas ao mobiliário, num misto de sobriedade e modernidade pouco vistas por estas paragens.
Mesmo assim não faltam alguns elementos marcantes, sobretudo as imagens (em papel de parede) de galheteiros e garrafas de azeite que dão um toque de cor (verde-oliva, claro) ao cenário. Depois, meia dúzia de candeeiros, um par de vasos e a assinatura em itálico do restaurante ajudam a compor a sala, também utilizada para os pequenos-almoços. No total tem capacidade para 55 pessoas, numero que aumenta se tivermos em conta o pátio exterior vizinho, especialmente convidativo nos dias mais amenos.
A decoração acaba por servir de mote ao ambiente do restaurante, descontraído mas sofisticado. Já o preço médio de uma refeição pode chegar aos 25 euros (os hóspedes têm direito a 10% de desconto) mas baixa para metade se pedirmos o menu executivo (de segunda a quinta-feira) que inclui entrada, prato principal, sobremesa e café.
Património gastronómico alentejano
A decoração pode ser simples, mas os sabores não escondem um toque de exuberância. O azeite, presente desde as entradas até às sobremesas, assume o papel principal e abre portas a outros produtos tipicamente alentejanos, como o pão, as ervas aromáticas e as carnes de porco e borrego. Juntos, dão origem a pratos genuínos mas com uns laivos de irreverência e criatividade, assinados por David Marques, jovem chefe que tem como consultor o consagrado Louis Anjos, atualmente no Restaurante Morgadinho, do Suites Alba Resort.
Na ementa não faltam qualidade e fartura, a começar pela dúzia de entradas e sopas à disposição, como o paio de porco alentejano com ovos de codorniz, o camarão frito com alho e pão alentejano, os cogumelos salteados com azeite, alho e orégãos ou a sopa de cação à alentejana. Os sabores regionais voltam a estar presentes nos pratos principais, sobretudo nas carnes, onde saltam à vista o cozido de grão à alentejana, as migas à alentejana com carne de porco de alguidar ou a perna de javali estufada em vinho com castanhas e maçã reineta. Quem preferir peixe poderá optar, por exemplo, entre o arroz de tamboril malandrinho e os tentáculos de polvo salteados com azeite e alho, acompanhados por meia desfeita de batata e tomate.
Muitos destes pratos poderão ser harmonizados com vinhos da região, como o Santa Vitória Reserva 2011, o Esporão 2012 ou o Herdade dos Grous 23 Barricas 2012, três das 40 referências presentes na carta de néctares. Por fim não deixe de guardar um cantinho no estômago para a sobremesa e surpreenda-se com o leite-creme de poejo ou com o pudim de laranja, mel e azeite Esporão Moura DOP. Mais um fio de azeite num restaurante onde o Alentejo corre a jorros.